MÓDULO III - TAREFA CONSTELAÇÃO - VIDA 🙏
Em uma carta, feita com muito zelo, o jovem José fez o pedido de permissão ao pai da jovem Otacília para namoro e casamento.
José, o meu pai, ficou órfão muito pequeno, não tinha completado nem três anos ainda. Com ele, ficaram mais quatro irmãos, e o seu pai então, com cinco filhos pequenos foi aconselhado que o melhor seria casar novamente, e, ele assim procedendo, logo o meu pai ganhou uma quantidade razoável de irmãos.
Otacília, minha mãe, é a quarta filha de um total de dez. Moravam em um pequeno povoado onde a principal fonte de trabalho era o cultivo de arroz, feijão, algodão...
O trabalho era na roça e envolvia também a quebra de Coco babaçu.
A minha mãe nunca teve tempo para brincar, desde muito cedo assumiu as tarefas domésticas e cuidado com os irmãos. A minha avó era muito trabalhadora, preferia o trabalho na roça e, quando ficava em casa, dedicava-se à costura e também à fabricação de redes.
Na fabricação das redes, ela participava de todo o processo, desde a plantação do algodão, passando pela colheita e todo o preparo até tecer.
Os jovens José e Otacília tinham 18 e 16 anos respectivamente quando se casaram. Tiveram uma vida feliz e harmoniosa, combinavam muito bem. Ela sempre foi mais comunicativa e ele muito paciente. Querido de todos. Mesmo assim, hoje em minhas lembranças, percebo que o meu pai carregava uma melancolia, uma solidão no olhar distante que, por vezes, fitava muito além.
Compreendo que eu tive uma infância feliz, meus pais sempre cuidaram bem de mim. De um total de cinco irmãos nascidos vivos eu sou a penúltima. A diferença de idade entre os irmãos é grande, chegando a ser mais de cinco anos entre os mais próximos.
Quando crianças (e também adulta), sempre fui muito reativa, zangava fácil e, consequentemente, sempre fui chamada de chata... Depois de conhecer as constelações, estou compreendendo mais sobre as dores que sinto.
Já me falaram que eu estou mudando. Gratidão!!!