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A MINHA INFÂNCIA E A VIDA CONJUGAL DE MEUS PAIS

A MINHA INFÂNCIA E A VIDA CONJUGAL DE MEUS PAIS
Regina Aparecida Maschio
fev. 12 - 3 min de leitura
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Minha mãe contou que quando era criança a mãe dela não tinha como comprar brinquedos e as meninas faziam bonecas de espigas de milho. Com a caixinha vazia de fósforos fazia sofá, encapava com tecido.

Ela contou que brincava muito de passa anel, cobra cega, esconde-esconde.

Meu pai contou que o que mais gostava de brincar era jogar bola, mas que brincava de bolinhas de gude, esconde-esconde, pega-pega, perna de pau. Carrinhos que ele mesmo fazia com madeira.

Meus pais tinham um bom relacionamento, mas eu nunca vi nenhum movimento de amorosidade de casal entre os dois.

Na adolescência, iam em bailes de fundo de quintal e assim que se conheceram.

Quando a minha mãe ouvia que meu pai estava chegando em casa, ela corria para pentear o cabelo, passava maquiagem e batom. Ficava bonita para ele.

Meu pai era meio calado, não gostava de falar muito, não gostava de passear, comia pouco. Minha mãe gostava de falar, passear e comer muito!

Na minha infância brinquei com um pouco de tudo. Rodava pneus, andava de bicicleta, brincava de cobra cega, esconde-esconde, mamãe da rua, pega-pega.

Igual a meu pai, brinquei de bolinhas de gude e jogava futebol com os meninos na rua e queimada.

Igual à minha mãe brincava de bonecas (minha brincadeira preferida). Ela me ensinou a fazer o sofá com caixinha de fósforo. Que gostoso que era.

Eu brincava de “beijo, abraço e aperto de mãos” e quando era com o menino que eu gostava quem estava tampando os olhos apertava meus olhos para eu saber e pedir beijo. Acho que não existe mais esta brincadeira.

Tinha muito de colecionar figurinhas e completar álbum que dava prêmios se completasse com os carimbos.

As brincadeiras eram semelhantes. Pude ter vários brinquedos, muito simples e meus pais não tiveram esta oportunidade.

Quando eu tinha 11 anos, fui com minhas irmãs e um amigo delas numa lanchonete à noite para comer lanche e tomar refrigerante. Eu nunca tinha saído. Desse dia em diante eu aguardava ansiosa ter idade para sempre sair.

Costumava dormir na casa de uma prima (que era 3 anos mais velha) em outro bairro. Meu primeiro baile foi com 12 anos (ia escondida da minha irmã), estava no tempo da brilhantina. John Travolta foi um dos meus melhores dias de vida!

Guardo boas lembranças da adolescência. Aos 14 anos eu podia sair aos poucos de casa e com horário rígido para voltar. Aos 15  era melhor, saía mais. Amava ir aos bailes, dançar muito e paquerar.

O marido que escolhi lembra o meu pai. Fala pouco, gosta de ficar em casa, come pouco. E sou como era a minha mãe. Gosto de passear, falar muito e comer!

E faço como minha mãe antes da pandemia. Quando meu marido estava para chegar eu corria para me arrumar.

Diferente dos meus pais, eu e meu marido trocamos amorosidade.

#mod03

 

 

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