Constelações de curriculum, o que seria isso?
Pois é, mais ou menos assim que estava meu pensamento quando comecei esta aula, pois a palavra curriculum em minha mente, já vem algo que foi criado e ensinado pela nossa sociedade onde nos perguntam: o que você sabe fazer e quais suas formações?
Assim, vamos pensando na maioria das vezes de modo mecanicista, bem no automático, fiz isso e aquilo, dizendo o que nós fizemos conforme o interesse de quem quer escutar, ou do espaço que queremos conquistar com a pessoa que ouve ou mostramos nosso curriculum, não é assim mais ou menos como vínhamos vivendo, até conhecer estes maravilhosos conhecimentos sistêmicos?
A minha caminhada começou bem cedo, até algumas vezes digo para minha terapeuta, não tem o que eu já não tenha conhecimento, pois tenho experimentado da dor a felicidade, da conquista ao desespero e nem tenho a metade da minha vida vivida, pois estou com apenas trinta e sete anos, como falei anteriormente, minha caminhada em trabalho profissões, começou bem cedo, ou melhor, começou quando tinha que começar, tinha por volta de oito anos.
Nessa época, eu ajudava meu pai a levar casca de arroz para dentro do pátio, onde tinha criação de galinhas, assim ajudava a carregar de carrinho de mão, e depois ele ainda me pagava. Eu ficava duplamente feliz com aquilo, porque tinha ganhado dinheiro do meu pai, que poderia gastar onde quisesse, em bobagens, mas, que para mim. tão criança ainda eram importantes e eu considerava uma grande conquista poder comprar com meu dinheiro o que eu quisesse.
Minha outra obrigação era também ajudar a cuidar das galinhas, juntando ovos, limpando o galinheiro e tudo mais, sendo a maioria das vezes remunerado por isso.
Da mesma forma trabalhei com minha mãe, auxiliando ela na confeitaria o que era então de forma amadora, com minha mãe fazendo os doces em casa meio improvisado por ela estar só começando.
Eu olho com muita gratidão estes tempos em que fui sempre procurando algo para fazer, para ter o meu dinheiro, já demonstrando a tendência que tinha, como percebi em aulas anteriores, de preferir trabalharem em vez de estudar, afinal, trabalhar dava dinheiro, estudar não.
Se eu só estudasse, teria que depender de pedir dinheiro para meus pais para comprar qualquer coisa, e sabia que eles iam brigar e dizer que não tinham, principalmente meu pai, e teria que recorrer a minha mãe, para que ela desse um jeito de conseguir com o pai, assim foi enquanto não tinha meu próprio dinheiro.
Sempre procurei ajudar familiares e amigos no trabalho deles, para que assim eu tivesse também este retorno financeiro, mas, hoje vejo que o que eu procurava na verdade era o reconhecimento, queria que de alguma forma me vissem.
Depois trabalhei por anos com meu pai no açougue de carne de porco dele, e neste meio tempo, nas horas de folga auxiliava, ou melhor trabalhava mesmo em outros lugares, como ajudante de pedreiro, limpeza de pátio, cortes de gramas, até que entrei em uma empresa para ser vigilante de banco.
Meus turnos de trabalho então passaram a ser das 03:00 até as 08:00 com meu pai no açougue, e das 09:00 as 18:00 como vigilante. Eu via assim: trabalho com meu pai e como vigilante, descanso.
Com muita gratidão olho para esta história e reconheço ali muitas oportunidades de crescimento pessoal, por ter aprendido muito com as pessoas que auxiliava nos serviços que fazia, passando por situações boas e difíceis ao mesmo tempo, mas, considero essas experiências como grandiosas.
Graças a todas essas funções que exerci até hoje é que fui buscando mais e mais, nunca estava contente, sabia que podia ser mais do que aquilo que estava sendo e, quando percebia que chegava no limite de crescimento onde estava, sempre fui procurando meios de entender a fundo o que estava fazendo e para quê.
Me dou conta disso agora, no momento em que escrevo.
Como eu me sentia feliz ao trabalhar! Não gostava de estudar na escola, mas tudo que fiz até hoje como trabalho, profissão, sempre me empenhei ao máximo em aprender e estudar, me aprimorar sobre o que estava fazendo, aprofundando meu conhecimento dentro da área que estava atuando, me tornando quase um especialista, mesmo sem precisar, ou melhor, sem me pedirem para fazê-lo.
Só mesmo por gostar, por desejar.
Até que meu pai sofreu um acidente de carro onde minha querida mãe veio a falecer e meu pai ficou com sérias sequelas devido a esse acidente. Então, parei de trabalhar como vigilante, pois não consegui mais dar conta das duas profissões. Acabei me tornando empresário por ter que assumir a confeitaria da mãe e a mercearia (açougue e fabrica de embutidos de suínos) do meu pai, levando em frente o negócio deles.
Fiquei na direção desses negócios por alguns anos, até que tomei a decisão de sair. Estava muito pesado para mim e eu me sentia muito infeliz na vida.
Me mudei para cidade onde estou hoje, Santa Maria, onde comecei a trabalhar auxiliando minha atual esposa na empresa dela e atendendo na época como Coach de vida.
Como era um mercado difícil e em uma cidade nova, logo comecei a trabalhar com a representação de vendas de aparelhos ortopédicos, o colchão inteligente, onde, exerci as funções desde representação a distribuição e posteriormente adquiri uma franquia deles.
Trabalhei com dedicação extrema também tendo sucesso profissional inicialmente, mas com um baque financeiro aos poucos, porque entrava dinheiro, mas saia muito mais do que entrava e, ali também, sem que me pedissem, fui buscando conhecimento em vendas, treinando equipes e adquirindo conhecimento sobre o corpo humano em geral, com ênfase na área de patologias de coluna, me especializando novamente, feliz em buscar ser o melhor, ser referencia.
Em paralelo, continuei sempre procurando conhecimento dentro das terapias, fazendo vários curso, curso de Reiki, pnl, coach, barras de access, até que resolvi atender como terapeuta e deixar minha outra função.
Já fazia agia intuitivamente com os clientes, como terapeuta sem saber, porque mesmo que não vendesse nas visitas domiciliares que fazia, dava uma aula para os clientes sobre coluna e postura ao dormir, até sobre a importância do sono e tudo mais.
Quando decidi ser terapeuta, sempre tive certeza de querer fazer a diferença e ter excelência, pesquisar a causa de tudo e não só trabalhar com sintomas.
Sempre foi fundamental para mim entender a causa de tudo em minha vida, saber o que começou, onde começou e assim por diante.
Hoje trabalho com terapias integrativas e estou conhecendo constelações, amando constelações e cada vez mais consigo o que sempre quis: entender as causas de muitas coisas que com outras técnicas não conseguia explicar.
Como profissional dessa área, venho me sentindo ainda mais realizado e em meus atendimentos busco. junto com os meus clientes, as origens de seus sintomas, para que tenham autonomia de, conscientes, fazerem suas escolhas diferentes a partir de agora.
Eu acredito que nós seres humanos não fomos feitos para depender de medicamentos ou de profissionais, os quais existem para nos auxiliarem a obtermos um caminho melhor em nossas vidas, mas, não somos dependentes deles. Somos capazes de fazermos essas opções. Só precisamos nos fortalecer para isso. Ensino aos meus clientes a confiarem em si mesmos e serem independentes de mim ou de qualquer outro intermediário(medicação, profissionais, etc.).
Somente gratidão a essa resumida história de profissões que já tive.
Reconheço e honro cada uma, porque todas tiveram e têm seu papel em minha vida e me possibilitaram a auxiliar hoje demais pessoas, com os conhecimentos e experiências que adquiri ao longo destes bem vividos trinta e sete anos.(coisa que antes achava que não vivia, somente sobrevivia).
A Constelação tem me feito refletir e me abraçar no lado incrível da vida.
#Mod 5 #AULA 4