Eu já tinha um olhar observador para com os contos de fadas, mas para o lado traumático que podia deixar nas crianças, porém nunca imaginei ter este olhar e ver além do aparente nessas histórias infantis.
Agradeço aos ensinamentos passados pela Grande Mestra, pois nesta aula consegui entender ainda mais os sinais que já vinha tendo, mas nunca havia entendido.
Na minha infância sempre gostei de brincar com brinquedos de guerra e policia, como dizem, coisas de guri, mas o que me chamou a atenção enquanto Olinda falava na aula sobre os contos, o que sempre me veio em mente sobre histórias infantis, é a musica e história do lobo mal, onde minha infância toda foi sempre com medo e com muito choro.
Até certa idade, quase adolescência, não podiam falar forte comigo que eu chorava ou se colocado sob pressão também chorava; ficar sozinho então era uma tortura, parecia que algo ou alguém terrível ia entrar e me pegar ou que iriam me abandonar.
Se acaso estivesse no campo, na natureza, tinha medo de cobras e bichos; fui criado com esse medo, tinha que chorar escondido e, até pouco tempo, ainda tinha a impressão de ter que estar sempre me escondendo de algo, como se alguém fosse me pegar fazendo coisas erradas.
E o lobo mal sempre em minha mente, juntando com o que gostava de brincar de homenzinhos de guerra, carro de guerra e arminhas, caçar, dar tiro, sempre foi algo que me chamava a atenção.
Agora começo a entender e ver o que jamais tinha imaginado; eu já tinha percebido que em meu sistema materno tinha algo muito escondido, pois não se sabe quase nada de minha avó Maria Luiza e de sua família.
Sempre me vem algo que foi muito injustiçada, que pode ter vindo do meu avô paterno, muita injustiça, alguém conseguiu o que conseguiu tendo que cometer crimes, injustiça.
Agora estou percebendo de onde estava vindo a dor financeira de meus familiares, pois sempre estavam em luta, mesmo que, por muitas vezes tivessem até sobrando, aos poucos criavam-se situações para entrar na necessidade ou não sabendo usufruir da vida que poderia ter, parecendo ser proibido demonstrar ou viver a vida com facilidade.
Enquanto escrevo me vem em mente o medo de meu sistema familiar materno de não poder ter dinheiro, não se achando merecedores, assim , eu muitas vezes me comportei e me vejo ainda fazendo igual a eles, bem menos do que já fui, mas ainda algumas vezes acontece.
Vejo que estou no processo de libertação, mas pela minha caminhada, percebo que não foi pouca coisa feita e adquirida injustamente, pois que caminhada tem sido sofrida e dolorida.
Hoje escrevendo aqui, noto que já estou quase liberto de tudo isso, com esse entendimento penso que a opressão, o medo do lobo mal, vai sendo resolvido e me liberando e liberando todo o meu sistema.
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