Tarefas que realizei pelos meus pais em nome do amor e do pertencimento.
Sou filha de um sistema familiar um pouco estreitado, digo isto por ter pais que são primos.
Mamãe cumpria rigorosamente aos afazeres domésticos e cuidava para que as duas filhas respeitassem os momentos de descanso do nosso pai que trabalhava fora.
Eles eram elogiados pelos parentes por cumprirem as obrigações para criar as filhas.
Em vários momentos de minha história pude ser criança feliz, estudar, brincar, tive festas de aniversários, passeios, viagens, orientação religiosa.
Lembro-me que minha mãe costumava pronunciar frases oriundas de sua criação: “Não grita no quintal, isso é coisa de ...”; “Senta de pernas fechadas”; “O que os outros vão dizer? ”; “Tem de emagrecer”; “Deus está vendo”... e muitas outras frases de cunho machista e repressor comuns nos anos 70.
No curso de Formação em Constelações Familiares, percebo que fui leal em nome do amor e do pertencimento aos meus pais, reproduzindo algumas frases e costumes repressores com outras pessoas. Briguei muitas e muitas vezes para minha filha ser menos gritona, para emagrecer.
Durante o casamento, trabalhava fora o dia todo (como papai). Eu me obrigava a manter a casa limpa, arrumada (como mamãe), as contas em dia quando, muitas vezes, o marido se dava ao direito de sair do emprego por ter se estressado.
Vejo, que nada foi em vão.
Sinto muito por ter me magoado e magoado a outros.
Excluí e fui excluída.
Meus pais e eu fizemos o que pensávamos certo para a ocasião.
Os honro e reverencio o amor que recebi deles.
E, principalmente sou grata pela energia recebida no momento que me deram a vida .
Desejo seguir honrando a força de nossas ancestralidades para realizar as conversões necessárias para o nosso sistema ser ainda mais próspero.
#MÓDULO 02 - AULA 02