A infância dos meus pais, vou contar aqui:
Primeiro a do meu pai, diferente da realidade da época, aonde as mulheres tinham muitos filhos, a minha avó teve apenas 03 filhos vivos e um filho que morreu ainda bebezinho, todos meninos, nesta ordem, tio Emilio que morreu bebê, depois tio Francisco, tio André, e o meu pai que era o caçula.
Eles viveram na zona rural, a minha avó plantava fumo, milho e flores em épocas diferentes, e para falar da infância tive de começar pelo trabalho, porque foi entre uma roça e outra que infância acontecia.
Meu avô sempre foi muito atencioso e divertido com os meninos; era neste cenário de roça que surgiam as brincadeiras, quando a minha avó dava conta, lá estavam eles subindo em árvores ou na beira do tanque pescando.
Ela pegava a sua varinha e corria para bater, e o meu pai contava que o meu avô avisava e ajuda eles a fugirem da minha avó, para não apanharem, ela brigava com o meu avô, dizendo "você vai deixar esses guris mal educados".
E na escola os meus tios ficavam, mas o meu pai fugia e voltava para a roça; o meu pai estudou só um pouquinho, com muita insistência da minha avó, o que ele queria mesmo era ficar pertinho do meu avô na roça.
A pescaria na vida adulta se tornou o lazer preferido do meu pai.
Com a minha mãe a infância foi diferente; apesar de ter vivido também no interior em ambiente de sitio, ela teve 12 irmãos, com essa turma toda a infância foi um pouco mais divertida, a minha avó não ia para roça a função dela era cuidar dar roupas porque ela era costureira de casa e também costurava para os seus clientes.
As refeições eram preparadas pelas meninas mais velhas que acabava virando uma grande diversão porque as menores ficavam para aprender. No sitio tinha monjolo e na época de milho as meninas também faziam disso uma brincadeira; essa parte também era a minha avó que ensinava: o ofício do monjolo.
Como ela era costureira, fazia bonecas de panos com cabelo de milho para minha mãe e minhas tias, as brincadeiras eram bem separadas: as meninas nunca jamais brincavam com os meninos. Os meus tios podiam nadar no tanque fazer corridas de cavalos de carretas e carroças.
As meninas não podiam nem se atrever a querer brincar junto com os meninos, porque apanhavam; a minha tia, mais velha que a minha mãe, uma vez desafio o meu avô e foi brincar com os guris de carroça e apanhou ali mesmo com o chicote do cavalo.
Não precisa nem dizer que nunca mais nenhuma mais se atreveu.
Uma das diversões também para minha mãe era brincar com as irmãzinhas menores de escolinha a minha mãe gostava de ler para elas.
A leitura a minha mãe trouxe para vida adulta, sempre gostou de fazer as leituras na igreja e nas novenas de natal. Não se tornou professora, porém deu aula de catequese por 25 anos.
O que teve de igual na minha infância, já está no saber sistêmico em outro texto aonde conto como foi a minha infância. Resumindo, o que teve de igual na minha infância foi uma pincelada muito parecida com aquela história triste que meninos não brincavam com meninas.
Ah, que bom que hoje eu sei que eles só queriam nos proteger. Era uma atitude rude, mas era amor, o amor que dói, só que as crianças, repletas de amor e inocência, em nossas cabeças de crianças, são crianças não tem diferença.
Meninos e meninas são crianças.
No meu filho e com os meus sobrinhos todas as crianças brincam juntas.
Mod3: Relações conjugais e relacionamentos de pais e filhos. Tarefa: fazer um texto sobre como era a infância dos seus pais e como foi a sua.
#mod03