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NOITES ESCURAS DA ALMA

NOITES ESCURAS DA ALMA
Eliziane Schaefer Buch
jul. 22 - 6 min de leitura
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Quando eu tinha 15 anos, minha avó paterna faleceu de diabetes, ela era a minha segunda mãe. Passamos a noite viajando com o carro fúnebre atrás do carro de meu pai, ela faleceu no Paraná e foi levada para Rio Grande do Sul para ser enterrada juntamente com meu avô e dois tios que faleceram ainda criança.

Foi uma noite muito difícil, ela deu seu último suspiro ao meu lado, foi um suspiro tão longo e profundo que jamais esqueci, ela estava em coma já fazia alguns dias. E quando meu pai faleceu, a sua fisionomia era a mesma de minha avó.

 Meu pai foi para Curitiba fazer um cateterismo e ficou internado para operar o coração, ficou 10 dias no quarto e 33 dias na UTI, eu tinha 45 anos, mas não estava preparada para o falecimento dele, apesar de estar tanto tempo internado, acho que nunca estamos preparados para a despedida de quem amamos, sempre tive esperança de que ele iria ficar bom.

Muitas vezes sai do Hospital Evangélico em Curitiba, sem rumo, perdida pelas ruas, parecia que não tinha chão. Foi na tarde do dia 16 de maio de 2011 quando fui na visita da UTI, percebi que o dedo do pé dele estava roxo e também quando a enfermeira retirou o micropore, sua pele veio junto.

Eu rezava uma oração espírita, para que ele ainda ficasse entre nós, mas quando vi a situação que ele estava, amassei a oração e joguei no lixo ali mesmo e comecei a rezar para que Deus tivesse piedade daquele sofrimento e levasse ele, pedi perdão por ser tão egoísta, por estar querendo que ele ficasse assim naquela sobrevida.

No outro dia, as 22:00 horas veio a notícia do seu falecimento, eu tremia incontroladamente, o choro não veio, mas não conseguia parar de tremer. Foi uma das noite mais difíceis, o carro funerário viria da minha cidade para buscar o corpo e eu tinha que ir no cemitério municipal para liberar, isso aconteceu as 3:00 horas da madrugada do dia 18 de maio, então seguimos viagem.

 Achei que nunca mais iria passar por algo tão difícil, que nunca mais precisaria entrar em uma UTI, mas me enganei, a vida tem suas surpresas.

Inicio da pandemia, eram 21:00 horas, uma quarta-feira, meu marido passa mal, com muita dor estomacal, fomos ao hospital local, muito precário, em Papanduva, cidade pequena, então ele foi medicado e não passou a dor.

Eram 3:00 horas, levei ele para União da Vitoria, a viagem foi muito difícil, ele com dor, eu mal conseguia enxergar por causa da neblina, após duas horas chegamos e logo ficou internado para exames e medicação, tomava morfina e suava sem parar e a dor não passava.

Depois de 3 dias conseguiram descobrir, tinha rompido uma úlcera. Enquanto ele era operado, eu fiz uma constelação com a ajudada minha família e algumas almofadas, era o que eu podia fazer no momento.

A cirurgia parecia uma eternidade, de risco, a médica ao sair não me deu esperanças, falou que o procedimento tinha sido muito difícil, que ela fez tudo o que podia, mas que era para eu me preparar para o pior.

Então abriu-se um buraco no chão, fiquei com a cabeça oca, nem sabia o que pensar, fui para casa em silêncio, sem forças, me agarrei em Nossa Senhora Aparecida e rezei muito, chegava a dormir com uma estátua de resina, abraçada.

 Ele ficou 21 dias na UTI, deu sepse por causa do rompimento da úlcera, depois da intubação teve que fazer traqueostomia, teve convulsões e problemas renais, além da arritmia no coração.

As visitas eram somente na porta do hospital para falar com o médico, pois não deixavam ninguém entrar por causa da pandemia.  Nos primeiros dias as notícias nunca eram boas, até que ele desceu para o quarto e eu pude ir para o hospital e cuidar dele.

Parecia um pesadelo, ver no que ele havia se transformado. Não se movia, a sepse deixou o completamente paralisado, estava com "traqueo", sonda, seu corpo muito inchado e o abdômen completamente aberto, pois devido a sepse os pontos abriram. 

Ficamos no quarto do hospital por 1 mês, então teve alta, devido uma grande depressão. Montei um quarto de hospital na sala e com ajuda de familiares e enfermeiros atendemos dia e noite incessantemente, muitos desafios, mas depois de um mês voltamos para o hospital, o quadro se complicou.

Não sei de onde veio a minha força, ficamos 10 meses lutando para a recuperação. Vinham muitos outros sintomas, quando achávamos que estava melhorando algo novo aparecia, sangramentos, infecções, rompimento de intestino, trombose, vazamento de bílis, inflamação nas escapulas.

Foi muito sofrimento, e a covid sempre tão perto. Então graças a Deus conseguimos superar, com algumas sequelas, mas com uma nova chance de vida, um verdadeiro milagre.

 Alguns meses depois meu filho mais novo fica doente, com problemas renais, e logo em seguida problemas estomacais também, parecidos com os do pai. Foram duas internações em pouco tempo e devido a pandemia não pude ficar com ele, passei muito medo, fiquei muito preocupada, com uma agonia muito grande, rezava dia e noite.

Foram dias muito difíceis, a morte rondando, e o medo ardia no peito. Novamente recorri as constelações, e muitas coisas surgiram, então foram olhadas, honradas, curadas e libertadas.

 Após estas noites escuras da alma fiquei muito esgotada hoje estou fazendo terapia com psicóloga, usando Florais de Bach, fazendo reiki e microfisioterapia, e sempre que posso troco Constelação familiar com minha terapeuta sistêmica Daiana Rucinski de União da Vitoria, também aluna de Olinda Guedes.           

 

#mod07

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