Após encerrar o módulo 1 deste curso, já senti diferença no meu olhar em relação a algumas coisas que acontece na minha vida, e uma delas foi sobre a falta que tenho de informação sobre o meus antepassados.
Sei de algumas tragédias assim contadas pela minha tia avó materna, ela conta que teve suicídio na família de uma irmã adolescente, mas que era proibido falar sobre isso em casa, como ela era bebê quando tudo aconteceu, não tem lembranças maiores, acho que nunca viu a irmã que se suicidou nem em foto.
Este primeiro módulo me deixou muito curiosa por saber mais sobre meus antepassados, por saber minha origem e minha história. Somos em três filhos, eu sou a mais velha, depois vem meu irmão e a caçula minha irmã.
Sei através do meu pai e da minha mãe sobre suas infâncias, onde nasceram e foram criados, mas nada sobre seus avós e outras gerações. Eles falam com muito carinho e também nostalgia sobre as dificuldades que passaram.
Tanto meu pai como minha mãe falam com carinho das suas mães, porém com sentimento de tristeza em relação aos seus pais, apesar do respeito, sinto mágoas nos olhos de ambos quando falam sobre eles.
Eles nasceram e foram criados no estado de Minas Gerais e viveram uma vida humilde, de muito trabalho e muitas privações.
Meu pai sempre foi de pouco sorriso, mas sempre foi muito preocupado e solícito com os filhos e netos, já minha mãe é daquelas mães carinhosas, preocupada além da conta, e muito acolhedora nas suas palavras e nos seus gestos. Gosta de abraços, beijos e não sabe falar com filhos e netos sem tocá-los.
Minha mãe tem muita mágoa do meu avô (já falecido). Ela conta com muita tristeza, inconformismo e muita frequência, sobre um fato que a traumatizou na adolescência, e agora diante de tudo que assisti na aula, sinto que também fui afetada por esse trauma. Meu avô levou as quatro filhas e o filho para extrair todos os dentes e não ter gasto com dentista, eles tinham diferença de idade bem pequena.
Uma história triste, que nos assombra até hoje.
Meu pai também sofreu de violência doméstica, apanhou muito do meu avô (já falecido) sem motivos, e apesar de falar que o perdoou por entender que ele achava que era batendo que se educava, ele fala com muita mágoa.
Eu sempre tive mágoa do meus avôs materno e paterno, pelo sofrimento causado aos meus pais. Hoje tenho muitos problemas bucais, sofro com isso emocionalmente e consigo ver respostas para muitas questões da minha vida agora, iniciando meu curso.
Eu tenho um filho maravilhoso, uma sobrinha afilhada maravilhosa também e vou em busca de informações porque, apesar de me considerar abençoada por ser parte de uma família maravilhosa, vejo alguns comportamentos que precisam ser compreendidos em meu sistema, começando por mim.
Vou finalizar falando um pouco sobre mim. Sou Professora, Pedagoga e Psicopedagoga, trabalho hoje na Secretaria de Educação do meu município com formação de professores. Em sala de aula sempre me preocupou os não avanços no processo de ensino e aprendizagem associados a indisciplina e mal comportamento.
Tive alunos que se negavam a aprender, como se quisessem contrariar a família, como se fosse reflexo de alguma perturbação movida por falta de amor e valorização.
Não era falta de capacidade orgânica e intelectual ou de estímulos e motivação, mas sim de algo externo, provocado por sentimento de mágoas.
Este foi um dos grandes motivos que me levaram a procurar o curso de Constelação Sistêmica, quero muito aprender sobre comportamento humano para aplicar na Pedagogia Sistêmica também.
Estou muito feliz e muito ansiosa pelo conhecimento que irá mudar minha vida pessoal e profissional.
Gratidão a todos!
#mod01#cartaaosantepassados