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PRINCÍPIOS SISTÊMICOS E A ÁRVORE GENEOLÓGICA

PRINCÍPIOS SISTÊMICOS E A ÁRVORE GENEOLÓGICA
Camila Monteiro
jul. 17 - 5 min de leitura
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Há aproximadamente quatro anos já havia realizado o meu genograma em outros trabalhos e cursos da linha sistêmica, então já havia tido esse contato inicial com os meus antepassados.

Ao fazer percebi que despertou vários sentimentos, positivos e negativos, ao se deparar com fatos, com acontecimentos e até com os segredos e notícias reveladoras.

Os sentimentos positivos foram a constatação que eu tive pais presentes, amorosos, que sempre valorizaram o estudo, avós amorosos entre si, que sempre nos recebia com muitas beijocas e encontros alegres.

Me despertou um grande orgulho de ser mineira e de ter nascido na cidade de Formiga, onde tive um contato com a música, com piano e sempre vendo meus parentes valorizando o esporte, o estudo, o casamento, o ter filhos e também passando o bom exemplo de pessoa e ser humano.

Me vejo hoje já com identidade estabelecida e com adjetivos como coragem, amor,  mãe, inteligência, liberdade e amizade, com 37 anos já com muitas viagens, com sonhos realizados e principalmente com o amor próprio e ao próximo.

No módulo 1 na aula sobre os princípios sistêmicos, me trouxe vários insights e me coloquei a pensar de como esses princípios estão sendo inseridos na minha vida. Bert Hellinger, realmente conseguiu traduzir essas 3 leis naturais da vida de uma forma clara e muito assertiva. 


O primeiro princípio do pertencimento, ele move nossa vida e faz com que a gente se sinta parte do nosso clã. E para pertencermos fazemos qualquer coisa, pertencemos pela dor ou pelo amor. E toda vez que uma pessoa é excluída do sistema, existem emaranhamentos que podem ser percebidos pelas próximas gerações.


No meu genograma, foi detectado algumas exclusões, uma de um tio paterno que foi por muitos anos escondido do meu avô e que muitos da família foram conhecer mais velho e que no leito de morte do meu avô, isso foi revelado à família que o acolheu e também a todos os seus filhos e netos.

Mas foi um segredo pra minha avó e por parte da família por muitos anos. 

O segundo princípio sistêmico é a compensação, é o princípio da justiça, do juros, do lucro, é a retribuição de algo bom que você recebeu. É o princípio do equilíbrio, do proporcional, caso isso não ocorra pode causar algum dano lá na frente.

Toda vez que uma pessoa causou um dano isso fica no universo e de alguma forma isso pede uma reparação. Olinda explica muito bem que a função de pai e mãe é cuidar dos filhos, e que isso é algo de graça, é o amor ético.

A gente ensina os nossos filhos a serem respeitosos, amorosos, cuidarem de si e do outro e assim eles vão passar isso adiante. Mas os pais precisam ter com os filhos uma hierarquia e não uma relação horizontal, porque dessa forma a criança cresce órfão de pai.

Nesse princípio quando a gente oferece algo de bom para outra pessoa, se tende automaticamente a receber também algo de bom. Se houve alguma injustiça a tendência é que haja uma reparação ou compensação.

No meu genograma analisando esse segundo princípio, percebo que os meus avós paternos eram um casal muito apaixonado; os dois tinham olhos exclusivo um para o outro e para a relação dos dois. Em algum momento os filhos podem ter ficado órfãos de pais devido esse grande amor platônico que os dois viveram.

A minha vó tinha uma preferência também pelas filhas mulheres e os homens ficavam sempre em segundo plano; o segundo homem veio no momento onde a minha vó tinha acabado de perder o seu pai e ele recebeu o nome do avô, mas essa relação dos dois nunca foi uma relação tranquila.

O terceiro princípio sistêmico que é o da ordem e da hierarquia, é o princípio de se saber o lugar de cada um no sistema, com isso a ordem seja estabelecida e assim trago o progresso. Segundo Olinda Guedes sempre o maior serve e se houver a violação de ordem trará sofrimentos, confusão, brigas, batalhas e até guerras.

E esse princípio é o que eu mais percebo que houve violação no meu sistema familiar. Começando pela família paterna; o meu pai que sempre achou que era o mais velho, foi descobrir aos 18 anos que tinha um irmão por parte de pai que não havia sido incluído e foi escondido por muitos anos.

Na minha família materna percebo também essa violação pois tiveram alguns abortos provocados pela minha avó e  isso foi algo escondido por muito tempo. Também no meu sistema da família de origem houve um aborto provocado e isso também foi escondido por muito tempo só fui ficar sabendo na confecção do genograma, então eu que sempre achei que seria a terceira filha, na verdade sou a quarta filha.

Todos esses insights foram de extrema importância para o entendimento de alguns sofrimentos e de tornar tudo mais consciente para o meu processo de cura.

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