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MÓDULO 3: EU SOU MERECEDORA!

MÓDULO 3: EU SOU MERECEDORA!
Anne Castro
fev. 12 - 6 min de leitura
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O módulo 3 foi o mais desafiador até agora... Ou melhor, o mais curativo, pois me fez entender mais sobre a minha situação conjugal atual e olhar mais atentamente para a minha criança interior.

Ao rememorar a história dos meus pais, vejo que trata-se de um casal que se apaixonou na adolescência e, apesar dos meus avós maternos não aprovarem o relacionamento.

Pelo que sei, meus avós maternos não queriam  o namoro de meus pais pelo fato de haver rumores numa cidade do interior que ele, meu futuro pai, era “estranho”, tinha um temperamento diferente.

Não sei exatamente o que falavam sobre o comportamento dele, mas o fato é que um ano após o casamento dos meus pais (minha mãe casou grávida de mim com apenas 17 anos e meu pai com apenas 19 anos), meu pai teve a primeira crise de esquizofrenia.

Sendo assim, desde o descobrimento da minha concepção até os meus primeiros aninhos de vida, a minha família estava completamente desestruturada.

Diante das diversas internações do meu pai e da falta de experiência com bebê e de maturidade da minha mãe naquela época, os meus avós paternos me acolheram até os meus 07 aninhos.

O mais surpreendente nessa história deles é que, apesar de todas as disfunções e adversidades, eles só tiveram uma única separação (no início do casamento). Eles estão há 41 anos juntos.

Hoje, com a visão terapêutica, entendo que eles foram unidos pelo sofrimento de ambos. Cada um com sua dor, com seus vínculos interrompidos. Tanto meu pai quanto minha mãe possuem crianças muito feridas! Eu ouso afirmar que até hoje essas crianças feridas deles permanecem na maior parte do tempo nas nossas relações familiares, pois em alguns aspectos, eles não adulteceram.  

Pois bem, agora vou falar dessas crianças. Tanto meu pai, Francisco Teixeira de Castro, quanto minha mãe, Luciana Almeida de Castro, possuem emaranhamentos muito semelhantes:

O meu pai perdeu o seu pai (acidente de carro) quando ainda tinha 09 anos; minha mãe perdeu a figura paterna quando era criança (relacionamento extraconjugal do meu avô); meu avó paterno era viciado em jogo e perdeu uma fazenda em uma aposta; meu avô materno declarou falência (desequilíbrio na vida pessoal e financeiro). Em ambos os casos, percebo a orfandade dos meus pais. Ademais, existem muitos casos de problemas mentais nas duas famílias.

Quanto a mim, desde pequena sentia uma necessidade imensa de cuidar dos meus pais. Minha mãe sempre compartilhou os problemas da família comigo e apresentou o meu pai como uma pessoa incapaz e com inúmeras falhas, ou seja, ele não exercia a paternidade no que se refere a assistência e proteção.

Enquanto criança, eu me sentia muito sozinha e desprotegida, apesar de ter sido muito amada pela minha avó paterna Helena e minha tia Zenaldy (irmã mais velha da minha mãe) e do suporte financeiro da minha avó Lourdes. Eu me sentia como um erro na vida dos meus pais. Como se eu tivesse condenado a minha mãe para sempre naquela realidade.

Hoje, com a visão sistêmica, percebo que a hierarquia nunca existiu lá em casa. Eu estive sempre em papéis equivocados.

Na adolescência, continue acreditando que era responsável pela vida dos meus pais. Esqueci de olhar para as minhas necessidades, meus sonhos, minha vida e principalmente, escrever minha própria história, livre de lealdades invisíveis.

Sendo assim, cresci com autoestima baixa e me permitindo viver relações abusivas. Eu não me sentia merecedora de uma relação equilibrada, harmônica, próspera, pois eu não conhecia esse lugar.

Por fim, estou há 10 anos com o meu companheiro. Temos uma filha de 1 ano e 10 meses. Mas, somente na minha gestação é que eu senti o quanto minha relação conjugal nunca existiu, pois não havia equilíbrio no dar e no receber, não temos os mesmos valores, ou seja, não possuímos sonhos em comum, sempre foi uma relação muito individualista, e eu achava que isso era respeitar a singularidade do outro. Vejo que me apaixonei pelas dores dele também e me permiti viver essa relação pela minha carência e autoestima baixa.

Todavia, nossa filha me trouxe uma lente milagrosa, ampliou o meu olhar sobre mim mesma e sobre a minha visão de mundo (sistêmica).

Agora, muito mais consciente da minha essência, dos meus valores e da história de superação e de dignidade, eu sei que posso e estou fazendo diferente. Eu honro todos os meus ancestrais e agradeço por terem me trazido até aqui, mas, eu me permito ser próspera, abundante, feliz, saudável, leve, pois eu sou luz, sou amor, sou solidária, sou filha de Deus e mereço tudo de melhor!

Eu declaro que a minha relação conjugal é diferente de todos esses padrões de ausência masculina, fracassos financeiros, egoísmo, infidelidade e falta de companheirismo e exercício da paternidade, pois eu sei o meu lugar, o meu devido valor e não me permito receber menos!

Eu e minha filha Sophie merecemos viver um lar equilibrado. Ela merece receber do pai e da mãe todo amor, proteção e segurança. Não sacrificarei a minha felicidade por uma relação abusiva, porque não há como transmitir proteção e segurança em um lar disfuncional.

Por isso, a partir de hoje, por mim, pela minha filha Sophie e por todos os meus descendentes, eu me liberto de todas as crenças que me limitaram na minha vida pessoal e profissional.

Assim é e assim será.

#mod03

 

 

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