Quando somos amados, cuidados, zelados, nos sentimos pertencentes. Então, sendo importantes, nos tornamos pessoas alegres, carinhosas e funcionais.
Se aconteceu algum vínculo de amor interrompido ou não foi recebido o amor suficiente, a pessoa se torna melancólica, áspera. Esta quebra de vínculo de amor pode estar na ancestralidade e o amor fica na espera, o que pode se manifestar no descendente. Nesse caso, é importante cuidar da infância de nossos ancestrais, através de uma intervenção sistêmica, pois a infância deles mora em nós.
É necessário curar sua vida para ser feliz. Só podemos ser felizes se formos felizes conosco. Uma pessoa só consegue ficar sozinha quando está bem consigo, caso contrário, ficar sozinho é um problema. É necessário cuidar da sua autoestima, se amar. Claro que viver completamente sozinho não é possível, mas existem momentos em que ficamos conosco.
Quando se tem problemas de relacionamento, é necessário observar como aconteceram os relacionamentos conjugais do seu sistema, como as crianças eram tratadas. Não tem como ser feliz em um relacionamento se você não foi feliz com os pais, ou seus pais com seus avós.
Pessoas disfuncionais terão relacionamentos disfuncionais.
Quando o pai deixa a sua família, a pessoa fica carente e acaba se relacionando com qualquer pessoa disfuncional. Por pena, também não é possível ficar com alguém, isto também é disfuncional. É necessário resolver estes emaranhados com respeito e amor, pois dizem respeito a um corpo de dor que está carregado de medo, rejeição, abandono e carência.
Num relacionamento equilibrado, deve existir uma troca entre dar e receber. Se um faz tudo com generosidade e carinho para o outro ser feliz, deve receber na mesma medida.
Para um bom relacionamento, é necessário respeitar os 3 pilares que são:
- Amor do coração, ter empatia, fazer para o outro coisas que agradem, que demonstrem atenção, carinho, tratar a pessoa com ternura e gentileza;
- O casal ser feliz junto na amizade, no companheirismo, na sexualidade e intimidade;
- Ter uma missão em comum, sendo que os filhos são a maior aliança entre um casal.
Ao assistir este módulo, eu pensei muito sobre o relacionamento do meu filho com a sua companheira. Ele estava vivendo um relacionamento tóxico, ele esteve internado 3 vezes em 1 ano e meio com problemas renais e estomacais. Sentia-se manipulado, não conseguia se expressar e engolia muitas coisas para não brigar. Quando fez uma intervenção sistêmica, tomou consciência de que sua companheira vivia uma triangulação com os pais e que estava à espera do amor de graça.
Seu comportamento era infantil, gritava e brigava por qualquer coisa, não tinha controle financeiro, trocava de profissão a cada 2 ou 3 meses, não suportava ficar sozinha, nem ir ao banheiro sozinha.
Brigava muito com o pai e, quando estava na casa dos pais, precisava dormir e ficar junto da mãe. Minha neta nasceu deste relacionamento disfuncional e, agora, com 1 ano já estava se comportando agressivamente e não tinha mais um período de descanso adequado, o sono estava agitado e ela passava algum tempo chorando.
Minha neta passa a maior parte do tempo com o meu filho, pois a mãe não está disponível. Após a última internação, meu filho percebeu que não poderia mais continuar neste relacionamento. Apesar da pequena, precisava seguir um outro caminho.
Hoje, após a separação, estão se dando muito bem como amigos, conseguem conversar, sem problemas para resolverem as questões que envolvem a filha.
Ela tomou consciência e está fazendo terapia e acompanhamento com psiquiatra.
Percebi claramente que foi necessário olhar para trás, para o seu relacionamento com os pais, para mudar sua postura. É uma pena que, às vezes, já é tarde e deixamos o trem passar.
Mas é a vida e seus emaranhados.