Saber Sistêmico - Comunidade da Constelação Familiar Sistêmica
Saber Sistêmico - Comunidade da Constelação Familiar Sistêmica
Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
Constelações SistêmicasVOLTAR

CONSTELAÇÕES RELATO FINAL- MÓDULO 3

CONSTELAÇÕES RELATO FINAL- MÓDULO 3
Rosangela Almeida
jul. 25 - 6 min de leitura
000

Como aconteceram as relações conjugais do meu sistema?

E, como as crianças eram tratadas? 

Escutei muitos “causos” de família. Principalmente nas noites de queda de energia. Gostava muito desses momentos, nos quais conhecia a vida através dos olhos de meus pais. Refletia, me emocionava, algumas vezes ficava triste, em outras alegres.

Minhas duas avós eram irmãs, a mãe delas faleceu quando uma era jovem e a outra tinha 12 anos. A madrasta negava-lhes até alimentação suficiente, apesar do meu bisavô ter um grande armazém na cidade. O avô materno saiu do casamento quando eu era muito pequena, tenho somente uma lembrança de quando veio visitar os filhos. Eu o observava à distância.

Mesmo assim, minha mãe relata momentos nos quais meus avós maternos eram companheiros e felizes. Foram trabalhadores e criativos para sustentar a família. E, nas falas de minha tia Neiva: “Lembro-me de muitos momentos alegres, ambos gostavam de música, dançavam, festejavam, reuniam parentes e amigos em casa, saiam sempre juntos para ir à feira fazer compras, visitar alguém. ” No segundo casamento, meu avô materno ajudou a esposa na criação dos filhos dela. 

O avô paterno faleceu antes de meu nascimento, era filho único de senhores de escravo. A primeira esposa faleceu no parto, juntamente com o bebê. Por ser viúvo e mais velho, a família da minha avó não aceitava o casamento. Uma grande falência financeira marcou a sua vida e de seus descendentes. Ele tornou-se alcoólatra, gastador, violento com vovó, depressivo. Ficava dias num quarto escuro e faleceu com sintomas digestivos muito dolorosos.

Há casos de órfãos, filhos doados a parentes e conhecidos. Muitos saíram jovenzinhos de casa para trabalhar. Papai tinha muitos sofrimentos, consequentes do empobrecimento do pai não curado e dizia: “Saía de madrugada para pescar com meu pai.

Não estudei por causa da fome danada e ainda ia levar palmatória?! Só aprendi a ler aos 14 anos de idade, quando fui trabalhar na usina de açúcar. ” Foi “candango” na construção de Brasília. E, com a vinda da família para o Mato Grosso do Sul, conheceu minha mãe e se casaram.

Minha mãe conta sobre as brincadeiras do tempo de criança e das responsabilidades atribuídas a ela, desde os sete anos de idade. Cuidou com maestria da casa e dos irmãos quando a minha avó precisava. Sempre era elogiada por sua mãe. Casou -se aos 17 anos de idade, também, teimando com a mãe.

Papai era 10 anos mais velho que ela e seu primo.

Vovó impôs ao casal que morassem ao lado da casa dela, pois conhecia a fama do cunhado, e temia que papai repetisse o modelo dele no casamento. Não ocorreram agressões físicas, no entanto, muitas psicológicas. Meu pai era horrivelmente ciumento com a esposa e se fechou tanto ao passado, a ponto de nunca mais voltar à sua cidade de origem.

Ao longo da vida realizou duas cirurgias cardíacas e faleceu por avc.

Mamãe era muito exigente, gritona e mandona, gostava de bater nas filhas com chineladas, apesar de dizer que nunca tinha levado sequer uma surra quando criança. E, ainda bem que o amor sempre traz de volta e agora, com a professora Olinda Guedes, sob o olhar das Constelações Sistêmicas, pude ter mais clareza dos emaranhamentos do meu sistema.

No módulo 3 aprendi que para o amor dar certo, a nível de casal ou noutros relacionamentos, não é possível se apenas juntamos o corpo de dor de cada um. Percebo-me reproduzindo traços de depressão, saudades dos amores interrompidos, falência, abandono, baixa autoestima nos relacionamentos que tive.

Mas vejo muitas qualidades que possuo, uma delas é o desejo de estudar e refletir sobre as pessoas e ajudá-las na conquista da felicidade. Precisamos curar a infância por meio de intervenções terapêuticas: constelações familiares, florais de bach, massagem reparentalizadora, estudos em grupos terapêuticos, leituras e músicas curativas.

Para construírem um amor que dá certo, o casal precisa respeitar a lei da reciprocidade, nas pequenas atitudes de carinho, na educação e sustento dos filhos; no equilíbrio da procura, não apenas no ato sexual, e sim levando em consideração o querer de ambos, relembrando os impulsos iniciais da união.

Quando o casal se separa é prejudicial a pratica da alienação parental, na qual a mãe ou o pai deseja destruir a imagem do outro para os filhos. Pois o casal pode se separar, os pais nunca.

Queridos antepassados, como minha mestra Olinda Guedes: “Eu sou grata por tanto e por tudo. ” Agora eu vejo, agora eu sei que podemos estar vivendo um amor adoecido, ou seja, quando passamos por sofrimentos, podemos estar vivendo por escolhas próprias ou por fidelidade ao sistema.

Pratiquei amores adoecidos, convivência com pessoas tóxicas, reflexos de minhas carências. Carrego a frustração da prática de uma profissão possível, “sugerida“ por uma pessoa do meu sistema, que acreditava ser o melhor para mim.

Senti a exclusão dentro da religião que norteava a minha vida. Apresentei aspectos de baixa autoestima.

Tudo isso levou-me a adoecer: manifestei uma doença autoimune, no sistema digestivo, e um câncer pélvico. Ainda tomo medicamentos para depressão e crise de pânico. 

No entanto, sempre tendo oportunidades de curar nosso sistema, realizando tarefas não contempladas nas gerações passadas, sou muito grata pela vida que chegou até mim!

#MOD3

Participe do grupo Constelações Sistêmicas e receba novidades todas as semanas.


Denunciar publicação
    000

    Indicados para você


    Saber Sistêmico - Comunidade da Constelação Familiar Sistêmica

    Verifique as políticas de Privacidade e Termos de uso

    A Squid é uma empresa LWSA.
    Todos os direitos reservados.