Esse com certeza foi um dos módulos que mais me impactou ate o momento. Foram várias descobertas, novos conhecimentos e, posteriormente, novas ressignificações.
Sou enfermeira, trabalho na área da saúde há 40 anos, nesse período sempre olhei os sintomas como alarmes do nosso organismo, indicando que algo não estava bem, algo orgânico, uma doença estava a caminho ou até mesmo já estava instalado. Iniciava-se, assim, o processo de tratamento alopata, que se baseia na remissão dos sintomas para obter a cura da doença.
Vou tentar resumir aqui um pouco do conhecimento adquirido neste módulo.
Descobri com a ajuda das constelações sistêmicas que os sintomas funcionam como anjos, como aliados, que vem nos alertar, nos trazer uma mensagem, uma informação, para que possamos transformar a nossa vida, fazendo as mudanças necessárias para que o sintoma vá embora, cedendo lugar a saúde, a cura, e a felicidade.
Os sintomas, do ponto de vista sistêmico, são nossos amigos, nossos anjos, nossos mensageiros e pedem de nós uma transformação.
Quanto menor for o sofrimento provocado pelo sintoma, menor será a mudança, a transformação exigida, para que ocorra a saúde e a cura.
Esses sintomas são denominados de sintomas simples, curáveis, porém, como diz a nossa mestra Olinda Guedes, nem tudo que é simples e fácil. Fácil é tudo aquilo que fazemos todos os dias. De forma prática dizemos que podemos considerar algo como fácil quando já o tivermos realizado por pelo menos 10.000 vezes.
Assim o simples fato de fazer um bolo de aniversário confeitado, gostoso e bonito, pode ser fácil para algumas pessoas, mas extremamente difícil para outras.
Da mesma forma, quanto maior o sofrimento, maior será a transformação por ele exigida.
Sintoma e sofrimento não são castigos. São, na verdade, resultado das nossas atitudes ao longo da vida.
O sintoma pode ser efeito de uma memória pessoal, como também de uma memória transgeracional. Devemos escutá-lo, ouvir o que ele pede de nós, qual a transformação necessária para que ocorra a cura. Devemos pesquisar para saber quais os sofrimentos que nossos antepassados não puderam solucionar e que estão a espera para resolvermos no aqui e agora.
Podemos reconhecer a grande diferença no tocante ao tratamento do sofrimento, do sintoma entre a abordagem sistêmica e a medicina tradicional. A medicina alopata trata os efeitos, ou seja, os sintomas, enquanto a abordagem sistêmica se preocupa em olhar a causa e realizar as transformações devidas para que a cura ocorra.
Não podemos deixar de enfatizar a importância da medicina alopata, pois sem a redução ou extermínio do sintoma não teremos disposição, força e suporte para realizar as mudanças necessárias para que obtenhamos a cura.
Um sintoma exige mudanças, se a pessoa não fizer essas mudanças, esse sintoma vai continuar se repetindo e pode se transformar numa doença crônica.
A doença crônica significa que algo está sendo empurrado para debaixo do tapete a várias gerações, coisas não resolvidas, e se não tomarmos cuidado, ela passará para nossos filhos, netos e bisnetos. A doença crônica é algo que começou há, pelo menos, duas gerações antes .
Pessoas às vezes comentam acomodadas, conformadas, que tem diabetes a 30 anos, que é hipertenso a 10 anos, e que tinha que ter também, pois seu pai, seu avó também tinham tais doenças, as chamadas doenças de família.
As pessoas se conformam com o diagnostico médico de uma doença crônica e não ousam desafiar esse diagnostico. Temos sim que reconhecer a existência desse sintoma, dessa doença, ouvir o que ele pede de nós, para realizarmos as mudanças necessárias para que possamos perceber que os milagres existem.
Cada vez que você tiver um sintoma você deve se perguntar:
-Eu estou feliz com quem estou vivendo?
-Eu estou feliz onde estou vivendo?
-Eu estou feliz com o trabalho que desenvolvo?
Você pode perceber que precisa ajustar algum desses pontos, fazer pequenas mudanças que promovam o bem estar.
Quando os sintomas não são ouvidos, tratamos apenas os seus efeitos, e continuamos a ignorar o que ele nos pede, começam a aparecer, com o passar do tempo, sintomas mais difíceis, mais desafiantes, mais importantes. Pode aparecer um nódulo, uma dor e logo se descobre um câncer.
Assim, um sintoma crônico pode evoluir para uma doença grave, que ameaça a vida da pessoa. Uma doença é chamada de incurável quando o corpo físico já não tem mais condições físicas e orgânicas de dar uma chance desse ser continuar habitando nele.
Mas nessas situações, podem ocorrer os milagres. Quando uma pessoa faz as mudanças necessárias, solicitadas pelo sintoma, uma conversão, poderemos experienciar os milagres.
Serão necessárias mudanças profundas não apenas no plano mental, de mapa de mundo, de perdão, de pedir desculpas e reparar dividas. São mudanças mais profundas que Bert Hellinger chama de Movimento do Espírito.
Quanto mais grave e importante for o sintoma, quanto mais sofrimento ele trouxer para a pessoa, mais complexa e importante será a mudança que a pessoa terá que fazer na sua vida. Chamamos isso de conversão.
Quando estudamos os sintomas e as doenças com uma visão sistêmicas percebemos que o que faz curar e o que faz adoecer são os relacionamentos.
Assim, quando estivermos na frente de um sintoma, uma doença, teremos que pensar e questionar sobre os relacionamentos dentro daquele sistema, pois existem nesse sistema relacionamentos que precisam ser curados.
Para curarmos o sintoma, a doença, teremos que ser um pouco desleal com o nosso sistema e dizer aos nossos antepassados.
.Queridos antepassados, eu suporto viver mesmo que eu não seja amado tanto assim por vocês, por esse amor que atrapalha, que adoece. Eu prefiro viver com um pouco menos de amor, com o amor que cura. O restante eu renuncio para viver feliz.
#mod04#sintomasedoenças