O CASACO
“Um homem estava anoitecido.
Se sentia por dentro um trapo social.
Igual se, por fora, usasse um casaco rasgado
e sujo.
Tentou sair da angústia
Isto ser:
Ele queria jogar o casaco rasgado e sujo no
lixo.
Ele queria amanhecer”.
Gramática das Constelações
Esse poema do nosso saudoso e inesquecível poeta Manoel de Barros nos retrata claramente uma pessoa que está em busca do alívio de suas dores, da vontade de sair do trauma, da angústia, querendo viver, renascer.
Essa vontade de mudar, de largar tudo, de sair correndo, sem ter para onde ir, a busca da terapia é a melhor saída.
As vezes esse cliente começa a mostrar o tema no momento do agendamento, ao adiar a sessão, ao chegar atrasado, ao solicitar desconto. Todos os encaminhamentos informam algo, com o tempo vai trazendo a paz, a tranquilidade que tanto buscava, até a ficha cair.
Na Gramática das Constelações a pessoa que fala demais pranteia, há muita dor, muito luto no sistema, que pode ser memórias pessoais ou trans geracionais.
Ou, se o cliente não fala, carrega memórias de fatos traumáticos, dores.
Assim como no poema acima vamos em busca do alívio, de nos livrar de carapaças que estão grudadas em nosso ser, e perseverar na certeza que tudo tem cura; tudo tem jeito,e como diz Olinda é muito importante para um terapeuta ler poemas, enriquece muito o diálogo com seus clientes.
Tudo o que toca o coração, constela.
Cura é jornada.