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FUI A ESPANHA BUSCAR O MEU CHAPÉU PORQUE ALICE ACORDOU!

FUI A ESPANHA BUSCAR O MEU CHAPÉU PORQUE ALICE ACORDOU!
Maria Mariete Aragão Melo Pereira
abr. 8 - 7 min de leitura
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O módulo 6 traz para estudo os temas existenciais.

Os tópicos abordados em cada aula são de uma profundidade de alma incrível. Trarei de forma bem sucinta para este relato alguns desses aprendizados.

Em uma sociedade em que nos foi ensinado e exigido que temos de ser fortes e guerreiros o tempo todo, independentemente das circunstâncias, e que mostrar as emoções ainda denota sinônimo de fraqueza, muitos sofrimentos corriqueiros e cotidianos, por não queremos ser rotulados de fracos, dramáticos e problemáticos.

São escondidos e considerados como normais.

 Quanta ignorância!

Deus sempre usou homens, fatos e circunstâncias para nos ensinar que não estar certo ser assim.

A Bíblia menciona meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento.

 OS 4:6 mas o que em nenhuma geração faltou foram homens e mulheres iluminados que com amor e desprendimento de alma trouxessem à tona conhecimentos e ferramentas que auxiliassem o homem a sair dessa matriz em que ele se prendeu.

Dentre os inúmeros conhecimentos humanos, um em especial nos auxilia a ampliar nosso campo de visão para além do aparente, para além do pequeno, cotidiano, corriqueiro, comum e normal desconforto de alma e por vezes de corpo a visão das constelações sistêmicas.

Olhar a vida de forma sistêmica nos traz grandes compreensões e nos coloca em um patamar diferenciado.

Saímos da ignorância e temos uma melhor compreensão da vida porque passamos a ver os fatos como oportunidades de transformação e não mais como ameaças e pontos fracos.

Questões pequenas, aparentemente insignificantes entravam no nível de avaliação e julgamento e eram rotuladas de irrelevantes por serem consideradas como fatos normais da vida.

Certamente que são questões da vida.

Todos temos muitas questões, mas dizer que são normais, há que se rever a avaliação e o julgamento não salutar normal, não é sinônimo de bom, diz a mestre Olinda Guedes.

Convém que não nos conformemos com isto, convém lançarmos um olhar sobre o tema e buscarmos entendimento e consequentemente a cura.

Há um ditado que diz que não são as montanhas que nos fazem tropeçar, visto que pela sua grandeza conseguimos contorná-las.

O que nos causa mesmo dificuldade na caminhada são os pedregulhos, as pedrinhas de tropeço, a elas cabe reforçar a atenção, o olhar e a proteção para os pés.

Tudo que nos impede de termos uma vida boa, agradável e tranquila são emaranhamentos que nos ligam de forma inconsciente aos nossos antepassados, fazendo com que não sintamos culpa de sermos diferentes.

A boa notícia é que podemos ser curados desses emaranhamentos e vivermos uma vida plena ainda aqui.

Se não damos importância e consequentemente não tratamos esses sinais, tudo isso vai se acumulando e trazendo enormes prejuízos em diversas áreas da vida.

Esses sintomas cotidianos e corriqueiros quando negligenciados criam um desequilíbrio bioquímico capaz de gerar outras disfunções e que pode afetar a sobrevivência da pessoa.

Estudando este módulo me dei conta de muitos sintomas comuns no meu sistema e que carecem de acolhimento e tratamento urgentemente.

E eu como adulta tenho por obrigação deixar o entorno seguro e lidar com essa situação.

Quando terminado o módulo, a professora nos convidou a fazer um relato sobre um super-herói, um conto de fadas, um filme ou algo com essa dinâmica.

Eu fiquei a imaginar qual e o que mais me marcou, visto que são tantos contos, poemas, cantigas e filmes que trago na memória até hoje.

E nesta busca lembrei-me com tanta clareza de uma cantiga de roda que me fascinava não só pela coreografia, mas também pela letra que gerava em mim uma saudade não sei que, menos ainda de quem, cuja letra diz assim:

                                 “Fui à Espanha buscar o meu chapéu

                                   azul e branco, da cor daquele céu”

Enquanto cantávamos, rodopiávamos, a mente ficava a mil, na viagem para a Espanha. Como era ir à Espanha, que lugar era este, e porque este chapéu tinha que vir de lá? 

Naquela época não sabia nada de história nem de geografia, tão pouco que a origem de minha família é da Espanha e de Portugal.

Ah!, mas que bom que hoje eu sei!

Esta saudade por acaso era melancolia?  

Segundo a mestre Olinda Guedes, a dinâmica sistêmica da melancolia é a saudade de algo que chamamos de pátria, é a saudade de um lugar que ficou longe e que nunca mais pôde ser revisitado, é a memória de exílio dentro deste sistema.

É o vínculo de amor interrompido entre uma família e uma pátria.

Um conto que também foi bem marcante para mim foi Alice no país das maravilhas.

Foi o primeiro livro que li.

Penso que nem tinha maturidade para ler este livro, mas o fiz e a leitura foi quase de um fôlego só, de tanto que me prendeu.

Fiquei encantada, é o termo apropriado com tudo que lia: coelho que falava, gato que sorria enigmaticamente, rainha de cartas de baralho que gritava autoritariamente, chapeleiro maluco.

Alice que encolhia e aumentava de tamanho, enfim era muita informação para a minha imaginação, sim, porque o livro não tinha gravuras até que no final do conto, surpresa, Alice acordou!

E eu acordei bem depois, indignada porque era um sonho, não era verdade.

Eu até comentei com alguns adultos que me disseram mas é só um conto, é normal que termine assim.

Mesmo assim, a indignação permaneceu e por muito tempo eu quis continuar a história, não a de Alice com os personagens, mas a minha história com a história que me contaram.

Penso que a vida foi me trazendo outras histórias para que eu tecesse a minha própria.

Claro que na época eu não tive este entendimento, até porque não se tratava de intelecto mas hoje, ah que bom que eu sei e posso me curar, não no intelecto, porque não é daí que jorra a fonte do amor.

A fonte de onde jorra o amor que cura é o coração do meu sistema.

Queridos antepassados eu os vejo e os incluo no meu coração.

Gratidão por trazerem estas memórias para que elas possam ser curadas e libertarem vocês e a mim!

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