As noites escuras da alma são os sofrimentos que passamos ao longo de nossas vidas. Elas não dependem da nossa vontade, não temos como controlar para que elas não aconteçam.
Ninguém está livre das noites escuras.
Quando estamos passando pelos processos das noites escuras da alma ficamos em um quadro de muita solidão, mesmo estando com outras pessoas ao nosso lado, nos dando força e apoio.
Nas noites escuras da alma mergulhamos em memórias pessoais e transgeracionais.
Em outra época, onde podemos ter passado como uma pessoa ponderada e de repente existe uma situação de medo, de pânico, de ter menos dinheiro.
Neste momento dispara a memória de escassez, de faltas e de perdas.
As noites escuras da alma são sensações neuróticas. A pessoa fica tomada por sentimentos e sensações negativas. Há diversos tipos de neurose que podem afetar uma pessoa.
Os indivíduos neuróticos possuem grandes apreensões sobre tudo a sua volta. Além disso, são emocionalmente vulneráveis e não reagem bem a mudanças e críticas.
Nossos ancestrais viveram muitos traumas que não foram vistos, resolvidos, amparados e nós por fidelidade a eles acabamos pegando estes traumas para trabalharmos a cura para integrar o sistema.
Se não damos importância a estes traumas, achando que são normais e convivemos com eles por toda nossa vida sem buscar ajuda com terapeutas, psiquiatras, psicólogos, estes tormentos da alma irão procurar alguém nas gerações futuras para resolver o que não foi resolvido para o sistema poder ficar em paz.
As pessoas acham que doenças mentais que fazem parte das noites escuras da alma, só acontecem com os outros.
Também existem pessoas que dizem que os transtornos mentais são frescuras. Elas dizem que a pessoa está querendo chamar atenção da família, dos amigos, dos colegas de trabalho, que está fazendo corpo mole para não trabalhar.
Eu passei pela síndrome do pânico. Foram dias terríveis em minha vida. Sofri discriminação por colegas de trabalho. Disseram que eu não queria trabalhar e que não deveria estar tomando os medicamentos que a psiquiatra indicou.
E que eu não deveria ter procurado uma psiquiatra.
Que só quem procura psiquiatra são os loucos. Eu me senti abandonada pelas pessoas que eu achava que eram minhas amigas. Me senti na mais absoluta solidão.
Mas graças a Deus, a psiquiatra, os terapeutas, as psicólogas me acompanharam e me ensinaram a lidar com este processo traumático e estou reconstruindo minha vida. Não é fácil, mas é possível.
Hoje eu compreendo que a síndrome do pânico me fez pensar a vida de outra maneira, tive que criar forças e coragem para procurar ajuda e seguir todos os requisitos possíveis para que eu saísse da crise e entendesse que está tudo bem.
Que eu estou bem.
Que eu sou forte, sou uma vencedora, sou muito corajosa.
Segundo Bert Hellinger, toda noite escura carrega a luz divina.
Eu senti a luz divina em minha vida no momento que procurei ajuda profissional e seguir suas recomendações. Tive a oportunidade de conhecer anjos terapeutas que me ensinaram muito sobre eu mesma.
A me perceber, me aceitar, me respeitar, me dar atenção, carinho e tudo que preciso para seguir uma vida mais tranquila. Agora eu sei que o sofrimento nos traz oportunidades de cura, de transformação para nossa vida e para os traumas vividos por nossos ancestrais e não tiveram a oportunidade de resolver.
Nas noites escuras trabalhamos para a cura do nosso sistema.
Agora eu sei que do ponto de vista sistêmico, todos os sintomas tem cura.
