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AS NOITES ESCURAS DA ALMA

AS NOITES ESCURAS DA ALMA
Isabel Escabelo
set. 10 - 3 min de leitura
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Vejo, sim, noites escuras nas pessoas da minha família e já consigo associar alguns pontos relevantes de noites escuras dos meus descendentes.

Soube pela minha mãe que a mãe dela perdeu dois irmãos por parte de pai, de forma muito trágica. Um deles morreu ao cair no trilho de um trem em movimento. Segundo o que dizem, foi realmente acidente, ele tentou pular do trem em movimento quando percebeu que tinha pego o trem com destino diferente do qual pretendia ir. Ele pulou, escorregou e teve todas as partes do corpo completamente destruídas. Foi velado com partes irreconhecíveis do seu corpo.

O pai dele (meu bisavó) entrou numa depressão profunda e, dentro de alguns meses, a outra filha, por motivo até hoje ainda duvidoso, cometeu suicídio tomando soda cáustica.

Minha tia avó diz que o motivo da morte da irmã foi fofocas de amigas, diz que essas “pseudo” amigas ameaçaram contar ao meu bisavô (pai dela) que ela teria tido momentos íntimos com um moço conhecido da família pelo qual ela era apaixonada. Mais uma vez meu bisavô “caiu na cama” com outra crise de depressão fortíssima, de não comer e não levantar da cama por dias.

Atualmente, mais precisamente há três anos, a minha tia caçula, irmã da minha mãe, perdeu um filho de 34 anos vítima de suicídio. Ele se enforcou por causa da mulher que saiu de casa. Cometeu suicídio no quintal da casa da mãe onde estava morando, praticamente aos olhos dela. Ela foi a primeira pessoa que o encontrou e, ainda, tentou salvá-lo, mas sem sucesso.

Ela também entrou numa depressão profunda com internação e muitos dias de cama. Atualmente, não tem vida nos olhos e busca forças diárias para cuidar dos três netos (autistas), pois a mãe deu a guarda para ela alegando não conseguir cuidá-los por ter que sair para trabalhar.

Depois de um ano da perda de um primo tão querido, tivemos a perda de um outro primo. Esse foi vítima de um acidente fatal de moto numa rodovia. Entrou embaixo de um caminhão de carga dupla de cana, que o desfigurou. Era impossível reconhecê-lo enquanto o velávamos e, mais uma vez, tive uma tia entregue à depressão profunda, que está até hoje lutando para voltar a viver.

Acredito não ser coincidência casos de mortes tão parecidas com meio século de diferença. Mortes que, além de parecidas, trouxeram Noites Escuras para duas gerações de genitores.

Pais com os corações dilacerados deixaram de viver!

Segundo dizem, o meu bisavô morreu de tristeza, e minhas tias dizem estar “meio mortas” e somente com a metade de seus corações.

Vejo sim coincidências e vivencio hoje as tristezas de duas mulheres que eu amo. Por mais que tentemos ajudá-las, não conseguimos devolver a vida a dois corações de mãe, que não estão mais inteiros.

#mod07

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