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AS LEIS DO AMOR E OS MOVIMENTOS QUE CURAM

AS LEIS DO AMOR E OS MOVIMENTOS QUE CURAM
Luciana Maria França Corrêa Ribeiro
jul. 16 - 11 min de leitura
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No módulo II, Olinda ressalta a importância de estudar, de adquirir conhecimento, da leitura boa e abundante. Da importância de se esgotar determinado tema que se tenha interesse, pois como disse, o “conhecimento é o pai da sabedoria, que é a mãe da prosperidade e da saúde.”

Aprendi que antes da felicidade é preciso ser leal. Mas o que é ser leal?.

“Somos fruto de um sistema familiar composto por muitas pessoas, há muitas gerações. Nós somos os últimos a chegar, e antes de nós os nossos pais, antes deles nossos avós, e antes deles nossas bisavós, e assim por diante.

A lealdade é um vínculo profundo que temos com o nosso sistema familiar. Ele existe e atua mesmo que num nível superficial negamos nossa família. Na verdade, nosso nascimento dentro da nossa família faz com que esse mecanismo de lealdade exista.

Dentro do nosso sistema familiar, quando estamos inconscientes desta lealdade, esse mecanismo nos toma através de nossas ações e emoções para garantir que a ordem (respeito ao lugar de cada um no sistema), o equilíbrio (harmonia entre o dar e o tomar nas relações) e o pertencimento (assegurar o “fazer parte” de cada indivíduo ao sistema familiar em questão) sejam assegurados a todos que estão neste sistema.” Como atua a lealdade ao nosso Sistema Familiar (hsconstelacao.com.br)

Toda família é diferente e singular, e isso é um processo natural. Os emaranhamentos existentes são situações que experimentamos que não fazem jus ao contexto em que se vive, é um vínculo de amor interrompido que poderão ser de gerações anteriores ou do presente, como o vínculo interrompido entre os pais e os genitores.

Bert nos diz em sua obra - "A fonte não precisa perguntar pelo caminho", que

“(...) O conhecimento da causa de doenças nas famílias e de sua cura provêm das constelações familiares. Através delas foi possível entender que muitas doenças estão relacionadas com problemas familiares não solucionados e com emaranhamentos nos destinos de outros membros da família (...)

(...) O emaranhamento consiste, principalmente, que sou arrastado para os destinos de outros que vieram antes de mim sem que saiba disso (...).”

Hellinger, em seu livro “Ordens do Amor”, diz que:

“(...) Na comunidade de destino, constituída pela família e pelo grupo familiar, reina portanto, em razão do vínculo e do amor que lhe corresponde, uma necessidade irresistível de compensação entre vantagens de uns e as desvantagens de outros, entre a inocência e a sorte de uns e a culpa e a desgraça de outros, entre a saúde de uns e a doença de outros, e entre a vida de uns e a morte de outros.

Em razão dessa necessidade, se uma pessoa foi infeliz, uma outra também quer ser infeliz; se uma ficou doente ou se sente culpada, uma outra, saudável ou inocente, também fica doente ou se sente culpada; e se uma morreu, outra, próximo a ela, também deseja morrer.

Dessa maneira, no interior dessa estreita comunidade de destino, o vínculo e a necessidade de compensação levam ao equilíbrio e à participação na culpa e na doença, no destino e na morte de outros(...)”

Assim somos levados de forma inconsciente a repetição. Aqui entra o poder curador da terapia.

Olinda ao longo das aulas, ressaltou o poder curador da terapia, da constelação em nossas vidas. Pena que são milhares de pessoas que não se permitem a fazer tal processo por desconhecimento ou negligência, e consequentemente passam pela vida sofrendo, são infelizes. As constelações sistêmicas liberam as pessoas do vínculo de sofrimento, fortalecendo por amor o pertencimento.

O terapeuta precisa ter vínculo com o cliente, vínculo de amor com a vida, precisa estar curado. Curar o coração da tristeza, do sofrimento, para que seja possível curar outras pessoas. Assim sendo, curar é sair dos emaranhamentos.

Bert Hellinger ressalta a importância da execução do trabalho do terapeuta, o qual nos diz em sua obra "Ordens de Amor", que:

“(...) Há terapeutas que em constelações familiares dizem aos participantes que busquem a solução por si mesmos, de acordo com o próprio sentimento. Dessa maneira, porém, eles não a encontrarão. A solução requer a coragem de encarar a realidade.

Essa coragem, via de regra, só o terapeuta a tem, desde que permaneça independente, conheça as ordens que atuam nos sistemas e concorde com elas. (...) O terapeuta não deve agir como se não visse o que vê, nem esconder seu saber por trás de subjuntivos (...). Quem entendeu as ordens vê a solução.

Precisa experimentar um pouco, até que as tenha encontrado de forma bastante precisa. Porém, via de regra, o essencial fica claro de imediato.

(...) o terapeuta deve manter uma postura puramente fenomenológica. Isso significa que deve expor-se a um contexto obscuro, até que subitamente lhe venha a clareza. Quando, ao contrário, somente dispõe de um conceito e, a partir dele ou de uma associação, pretende encontrar a solução, jamais a encontra.

Por meio de deduções, jamais achará a solução: ela precisa ser encontrada, de novo, para cada caso. Assim, cada solução é única e irrepetível. Quando, com base em experiências anteriores, afirmo que isso deve ser de uma forma ou de outra, perco o contato com a realidade com que me defronto diretamente.

O importante, por conseguinte, é orientar o pensamento para agir, perceber e olhar de uma forma totalmente diferente. (...) só serei bem-sucedido se estiver atento a todos os participantes e respeitar todos eles, de modo especial aquele que suporta a carga. Quando estou atento a ele encontro a solução, porque então tenho o essencial diante dos olhos.”

Quando lidamos com os problemas das pessoas, precisamos ser empáticos, olhar com amor para o destino o qual foi construído com suor e sangue. Quando estamos no lugar certo podemos nos curar. Ao libertar-se de um processo de sofrimento, várias pessoas serão libertadas.

O amor do espírito é o amor da compaixão, do coração, da empatia, do diálogo assertivo, da comunicação não violenta. É quando consegue-se calçar a sandália do outro, e se posicionar sem julgamentos.

O amor do espírito é dizer, eu vejo você, eu percebo você, eu entendo você, de forma sincera e verdadeira.

A Plenitude

Um jovem perguntou a um ancião:

“O que distingue você,

que quase já foi,

de mim,

que ainda serei?”

O ancião respondeu: “Eu fui mais.”

De fato, o dia jovem que surge

parece ser mais do que o velho,

pois este já foi antes dele.

Todavia, embora ainda esteja nascendo,

o dia novo só poderá ser

o que o velho foi,

e tanto mais

quanto mais o outro tiver sido.

Como o outro fez, em seu tempo,

ele sobe verticalmente até o meio-dia,

atinge o zênite antes do pleno calor

e parece ficar um certo tempo no alto,

até que — quanto mais tarde, melhor —

mergulha profundamente na tarde,

como que arrastado por seu peso crescente,

e se consumará quando,

como o velho,

tiver sido plenamente.

Entretanto, o que já foi não passou;

porque foi, permanece.

Embora tenha sido, ele atua

e se acresce através do novo

que o sucede.

Como a gota redonda

de uma nuvem que passou,

o que já foi mergulha

num oceano que permanece.

Somente o que nunca se realizou,

porque foi apenas sonhado, não vivido,

apenas pensado, mas não feito,

apenas idealizado, mas não pago

como preço pelo que foi escolhido:

somente isso passou;

disso, nada nos resta.

O Deus do momento oportuno

nos aparece, portanto, como um jovem

com uma franja na frente e uma careca atrás.

Pela frente, o seguramos pela franja.

Por trás, tateamos no vazio.

O jovem perguntou:

“Que devo fazer, para me tomar o

que você foi?"

O velho respondeu: “Seja!”

(Ordens de amor – Bert Hellinger)

O que já curei em mim nessas aulas?

Não sei precisar, mas tinha dificuldades em começá-las. Percebo que o aprendizado é diário, e como as constelações estão interligadas no todo em nossas vidas.

O mais interessante que sempre sonhei em fazer esse curso, mas sempre protelei.

O que você já fez pelos seus pais em nome do amor e do pertencimento?

Sou a quinta irmã. Meu pai sempre foi muito boêmio e chegava tarde em casa. Minha mãe sempre teve muito medo de ficar em casa a noite sozinha, devido aos traumas que passou na roça. Então todos as vezes que tinha algum baile na minha cidade, que era ‘o evento’, as minhas irmãs iam e eu quase sempre não participava.

Não tinha coragem de deixar minha mãe só. Nunca á deixei só. Sempre estava presente em todos os momentos que exigia de mim algum posicionamento.

Havia algo muito forte entre mim e meus pais, diferente das minhas outras irmãs. Fui caçula por cinco anos, e depois que a minha irmã chegou disse para o meu pai que ele era meu, e minha mãe da minha irmã. Um ciúme gritante. Sempre fui a filha querida pelo meu pai. Minha mãe dava uma certa prioridade a minha quarta irmã, era mais rebelde.

Quando fui me casar, meu pai disse a minha irmã mais velha, que faria o casamento de qualquer filha, menos o meu.  Mas fez tudo que pode. Foi um casamento lindo.

Antes de casar-me disse ao meu noivo que se caso não conseguisse dormir em nossa casa, se ele iria alguns dias para a casa dos meus pais pra dormir. Ele ficou de pensar. Após, disse que sim, que quando quisesse, não me sentisse confortável em dormir em nossa casa, que poderíamos ir para a casa dos meus pais.

E disse para o meu marido que caso dissesse sim e não cumprisse, não saberia se conseguiria ficar casada.

E assim aconteceu inúmeras vezes. Chegamos de lua de mel em um domingo e no final da outra semana estávamos na casa dos meus pais. Por fim, minha mãe disse que iria colocar no meu antigo quarto, que eram duas camas de solteiro, uma cama de casal. Disse que não precisava, que este ciclo estava passando. Sentia.

E assim foram alguns 6 meses, e depois consegui dormir em casa tranquilamente.

O vínculo era extremamente forte, e ainda é. Após esse período, percebi que se o meu marido não cumprisse com o acordado, caso fosse necessário, como foi de fato, não teria permanecido casada, era muito maior que eu.

Não sei explicar, mas era algo gritante. Não me arrependo de absolutamente nada que fiz pelos meus pais. Eles fizeram e fazem muito por mim, pelas minhas irmãs.  Não tenho mais a presença física do meu pai. Os meus pais foram um exemplo a ser seguido, com todos os percalços que a vida oferece.

Contei um pouquinho das muitas abdicações que tive a honra de fazer. Faria tudo novamente se fosse preciso.

“Sem pai, sem vida. Sem pai, sem felicidade”. Bert Hellinger

#MOD02

 

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