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MUDANÇA DE VIDA

MUDANÇA DE VIDA
Sarah Borges
jul. 25 - 9 min de leitura
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Inicio meu relato com muita gratidão no coração por tudo que a formação real acrescentou não só na minha profissão de consteladora familiar e sistêmica como principalmente na minha vida. Certamente é impossível para qualquer aluno frequentar um curso desta magnitude e continuar a ser a mesma pessoa.

Isso mesmo! Me encontrava em um estágio incipiente de desenvolvimento e agora me sinto bem mais preparada para continuar na jornada de cura e contribuir como terapeuta familiar na vida das pessoas.

Considerando que a constelação familiar sistêmica é uma transformadora prática terapêutica da atualidade usada para tratar questões físicas e mentais a partir de revelação obtida em dinâmicas ocultas de uma família, encontrei nela o campo fértil para a cura das minhas próprias dores e a possibilidade de levar este conhecimento a tantos outros.

Por meio da prática tanto nas aulas quanto nos atendimentos, foi possível identificar acontecimentos que, antes desconhecidos, manifestavam-se como problemas, como pontos de tensão psicológica ou emocional que condicionam comportamentos disfuncionais, emaranhados e desordens no sistema familiar. O simples contato com a teoria ampliou minha visão para a vida e para o “além do aparente”.

Isso mesmo, quando desenvolvemos o olhar sistêmico não conseguimos mais enxergar as pessoas e o fatos isoladamente. Tudo o que somos, passamos ou pensamos decidir tem sua origem muito antes da nossa existência.

Somos regidos por leis invisíveis que atuam sobre no universo e interfere em nossas relações familiares e amorosas, saúde, uniões, separações, desequilíbrios emocionais, problemas de saúde, comportamentos destrutivos, envolvimento com drogas, perdas e/ou luto, dificuldades financeiras, entre outros aspectos.

Nos sistemas familiares, questões vivenciadas por gerações anteriores, como por exemplo, injustiças cometidas, mortes precoces, suicídios, podem inconscientemente afetar a vida de seus familiares com enfermidades inexplicáveis, depressões, novos suicídios, relações de conflito, transtornos físicos e psíquicos, dificuldade de estabelecer relações duradouras com parceiros, comportamentos conflitantes entre familiares, dificuldades ou distúrbios de aprendizagem, entre outros.

Por lealdade e fidelidade à família, podemos apresentar emaranhamentos que nos aprisionam a fatos e eventos pelos quais não somos responsáveis e dos quais sequer têm conhecimento. Por vezes repetimos o sentimento e o comportamento de algum ancestral que viveu situações por resolver, para a sua devida solução. Trata-se de uma herança afetiva, uma transmissão transgeracional de problemas familiares, que acaba criando uma sequência de destinos trágicos.

Ao aprofundar nestes conhecimentos comecei a entender a origem de tantos movimentos disfuncionais dentro do meu próprio sistema.

O sistema é regido pela consciência de grupo, ou Grande Consciência e os seus membros permanecem unidos ou vinculados em função de um interesse comum ou de forças que os permeiam. A pessoa, em sua consciência individual, é impulsionada pelas forças do grupo independente de que delas tenha alguma consciência.

É necessário que se olhe para o todo, mas, na verdade, não se tem acesso à consciência do grupo, só é possível observar e perceber o efeito através de seus resultados.

"Os sistemas familiares têm uma força tão grande, vínculos tão profundos e algo tão comovente para todos os seus membros - independentemente de como se comportem com relação a eles (...). A família dá a vida ao indivíduo. Dela provém todas as suas possibilidades e limitações".

Segundo a Lei do Pertencimento, ninguém pode ficar fora excluído do sistema; todos os membros têm direito a pertencer. Quando ocorre a exclusão de um dos elementos do sistema, gerações seguintes emaranham-se com este membro, identificando-se com ele, tentando, de algum modo reintegrá-lo. É uma tentativa vã, já que o que move este elemento que veio depois, além da necessidade de compensação, é o amor cego, fantasioso e infantil.

A segunda é a Lei da Hierarquia que tem a ver com a ordem nas posições, com o lugar que cada um ocupa. O todo é mais importante que a soma de suas partes. Neste sentido, quando as pessoas estão fora de seus lugares, pode-se olhar para possíveis emaranhamentos, que têm como efeito o sofrimento vivenciado, tanto na família como nas organizações.

O Equilíbrio é a terceira lei presente em todos os sistemas. Há uma necessidade de compensação entre perdas e ganhos, dar e receber. É quase matemático: se você deu algo, então você espera receber algo também (ainda que não seja na mesma moeda). O outro, por sua vez, sente uma pressão para retribuir, dar também.

Se deve algo, há uma pressão para pagar, para devolver, para quitar. Se esta troca for efetiva, produtiva, positiva, a relação será fértil e rica. E isto ocorre tanto no positivo quanto no negativo. A troca equilibra as relações, tornando possível uma convivência longa e saudável.

Para constelar e encontrar a solução devemos abandonar a consciência individual e ir além, além inclusive do bem e do mal para chegar a uma nova percepção, que às vezes nos chega por meio dos sentidos e não necessariamente da compreensão e da razão. É deixar de lado crenças, conceitos, verdades e até mesmo a consciência pessoal e olhar para algo mais, nos permitindo ser tocados por aquilo, mesmo que nossa mente não entenda e acessar algo que está presente no sistema e que muitas vezes não é compreendido, nem percebido sem se observar o todo.

Na constelação acessamos imagens da consciência individual e  de uma consciência maior que não conhecemos e então criamos uma nova imagem ampliada que atua dentro do sistema.

Quando algo vem à tona, a dinâmica é revelada para o reconhecimento de uma nova ordem. Muitas vezes isso é o suficiente, e em geral não depende de uma compreensão racional. É a possibilidade de se ter um novo olhar para o sistema. No sentido terapêutico, a revelação da dinâmica do sistema é a própria intervenção.

Percebi que eu carregava sentimento de vazio ligados a não receber (tomar) os pais. Isso acontece quando os filhos querem receber apenas o que é bom dos pais, e rejeitar o que não é bom. Compreendi que para tomar os pais é necessário receber tudo o que eles têm de bom e de ruim. Não é possível selecionar, separar.

Muitas vezes os pais estão disponíveis, prontos para se relacionar com o filho apenas como são, com o que têm. No meu caso eu criticava, julgava, condenava, reclamava e simplesmente não recebia, não tomava meus pais.  

O que começo a trazer solução foi o bem, o respeito e o amor. Mecanismos de compensação, que na maioria das vezes estão vinculados ao sofrimento das pessoas, não trazem solução, apenas causam mais desequilíbrios sistêmicos.

Como terapeuta aprendi que durante a constelação não se busca a expressão de sentimentos e sim a ordem sistêmica, segundo as leis sistêmicas, visando a reconciliação e o restabelecimento do fluxo amoroso no sistema.

O importante é olhar os acontecimentos essenciais, os fatos, os destinos e as dinâmicas de relacionamentos, abrindo a possibilidade de movimentos dentro da família e do restabelecimento da ordem e do equilíbrio, com a eliminação do sofrimento da pessoa e também de outros elementos do sistema, mesmo que esses estes não estejam presentes no momento da constelação.

O reconhecimento da existência dos campos morfogenéticos permite que nas Constelações Familiares sejam concebidas as repetições de padrões, pois o modo como foram organizados no passado influencia taxativamente o modo como as pessoas no seio da família funcionam hoje. Há uma espécie de memória integrada nos campos mórficos.

E os fatos, os eventos ocorridos na família, por exemplo, podem tornar-se regularidades, "hábitos".

A efetiva mudança de hábito se dá quando olhamos para todas as áreas da vida de modo sistêmico. O trabalho é realizado com base na identificação das memórias pessoais e transgeracionais. É quando a alma avisa que algo aconteceu e que isso precisa ser olhado e curado.

Uma fez identificada a dinâmica dos emaranhados começa a jornada de cura que envolve determinar o que deve ser feito, fazer o que tem que ser feito (agir) e tomar um caminho mais saudável, como adulto, preenchido de pai e mãe e em profunda conexão com a criança interna.

Após uma constelação é muito comum depoimentos de pessoas relatando grandes mudanças na vida. Comparando como eu era no início do curso e como sou agora, afirmo categoricamente que percorri uma distância considerável que me levou a experimentar uma leveza nunca antes vivenciada. Constelar e ser constelada me ajudou a ser uma pessoa melhor e a contribuir para a melhoria do meu sistema familiar.

Gratidão Olinda Guedes!

#mod12

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