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NO CAMINHO DA BRANCA DE NEVE EU VOU, EU VOU, PRA CASA AGORA EU VOU

NO CAMINHO DA BRANCA DE NEVE EU VOU, EU VOU, PRA CASA AGORA EU VOU
Cintia Cristina Silva Rossi
jul. 23 - 8 min de leitura
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O meu conto de fadas favorito na infância e até hoje é a história da Branca de Neve e os Sete Anões. Eu tinha uma relação muito forte com esse conto, era um livro que eu amava e pedia para todos lerem para mim, mas que eu também tinha muito medo, pois a figura da bruxa era apavorante.

Antes de iniciar o meu texto pessoal, compartilho com vocês um texto de autor desconhecido que encontrei em uma página de antroposofia na internet.

Branca de Neve representa o ser iniciado, que nasce na Terra. Três mulheres, são representadas neste conto, a primeira a sua mãe, que morreu quando ela nasceu, levando com ela todo o passado, todas as lembranças, representa o esquecimento quando descemos a esse plano, o passado. Ela o presente a ser vivido, sua madrasta o futuro, o desafio, as provas por qual terá que passar.

O espelho é a consciência, na medida em que o tempo passa o corpo físico se degrada, esse confronto é inevitável: “Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?”. O espelho sempre responderá: “Você ontem”, porque hoje estou mais velha, amanhã mais.

A madrasta resolve mandar matar Branca de Neve, quer o seu coração, como prova da morte da pureza, da inocência, e Branca de Neve então foge pela floresta, se ficasse no seu castelo, não descobriria seu interior, começa a iniciação, pois a floresta representa o interior de cada ser.

Neste caminho ela vai encontrar todos os elementos da natureza, e lidar com suas energias representadas por sete anões. Os anões são os centros vitais de forças, os chakras:

  • Mestre - representa o coronário, ele é o chefe, a consciência espiritual;
  • Zangado - representa o chakra Frontal, pois ele é racional, se baseia na lógica e no raciocínio, intelecto;
  • Feliz - representa o laríngeo, é o mais gordinho, tem relação com as glândulas tireóide, é comunicativo, alegre;
  • Dengoso - representa o cardíaco, é sentimental, emotivo, chorão, apaixonado;
  • Soneca - representa o chakra Umbilical, representa o inconsciente, instinto primitivo, o sono, emoções inferiores;
  • Atchim - representa o chakra esplênico (sexual), é o chakra responsável pelo filtro das energias nos órgãos sexuais, também responsável pelas alergias, ansiedades;
  • Dunga - representa o chakra radico, básico, raiz, representado pela inocência, pelo princípio, o menino, o inicio da coluna vertebral, é o chakra dos instintos.

Na relação da história, Dunga foi o primeiro a ver Branca de Neve. Nota-se no conto que o Mestre é quem lapida as pedras preciosas. O Mestre confunde as palavras quando fica nervoso, é uma das características do Chakra Coronário quando tiver em mal funcionamento a confusão, o atrapalhamento das ideias.

A Branca de Neve conquista os Sete Anões, domina o Sete Mágica, domina os chakras. O sete é também por excelência o número vibracional da mudança. Isso atrai para si um confronto derradeiro, o lado negro surge trazendo o desafio crucial do interior.

A bruxa representa esse lado negro, oculto, essa força inconsciente. A maçã, o conhecimento. Provar o conhecimento significa morrer, dentro do esoterismo isso significa a morte iniciática. Os anões a colocam num caixão de vidro, significando que ela está presa em si mesmo.

Surge então o cavaleiro, uma figura até então indiferente na história, ele significa a energia masculina, a pingala, a energia kundalini positiva, a ação, fazendo uma analogia com o Tarot, o cavaleiro é o carro, o caminho, a carta número 7, símbolo do fogo.

O beijo é o encontro da energia branca, negativa – Lua, feminina chamada de ida da Kundalini, com a energia do fogo – Sol e quando isso acontece o ser desperta, ascende, transcende, conquista a si mesmo, levanta, se torna integral.

Assim fecha a história da saga humana, um horizonte de luz, com um castelo nas nuvens e um arco-íris com um pote de ouro no final.

 

Depois de saber tudo isso, minha vida faz muito mais sentido e, como diria nossa querida professora Olinda, muitas fichas estão caindo, impressionante!

Branca de Neve é um conto de fadas originário da tradição oral alemã e esta é a primeira sincronicidade com a minha história, pois tenho ancestrais maternos da Alemanha. Assim como a história acima, eu tive que fugir do meu castelo, da casa dos meus pais, fui estudar psicologia em outra cidade e lá fiquei por 10 anos.

Foi uma verdadeira libertação. Pude me conhecer melhor, experimentar coisas novas e fazer o que eu gostava, realizar os meus desejos, da minha forma.

Então eu conheci a Teoria dos Chakras e me identifiquei muito, mas muito mesmo, e realmente, através desse estudo e de outros mais e práticas como terapias, meditações, xamanismo, constelações eu me deparei com a bruxa do conto, com as minhas sombras, momento em que estou vivendo de lá até agora.

Até pouco tempo, eu sentia que estava presa em mim mesma e agora estou me libertando e me despertando, ao mesmo tempo que estou trabalhando a harmonização das energias masculina e feminina em mim e buscando a integralidade, a minha essência verdadeira. Estou em uma iniciação, descobrindo a vida, o meu interior e toda a floresta que habita em meu ser.

A busca pelo conhecimento, simbolizado pela maçã, tem sido a grande chave, assim como a vontade de conhecer.

Através do olhar sistêmico pude compreender que existe uma ferida da injustiça em mim, vivida com a minha mãe, quando eu tinha 5 ou 6 anos de idade. Tenho a lembrança viva de uma cena que vivi com ela e que me marcou profundamente. Eu estava apaixonada pelo meu pai, na fase do Édipo e, quando falei algumas palavras de amor e carinho para ele, minha mãe gritou comigo, falou que eu estava passando dos limites e me tirou de perto dele.

Eu me senti muito constrangida naquele momento e comecei a me afastar do meu pai, afetivamente. Com clareza percebo o ciúme que a minha mãe teve comigo e a problemática sistêmica do lugar do pai, que não foi permitido.

Outra cena que sempre está comigo, eu tinha praticamente a mesma idade, é uma que eu olhava a minha mãe se trocar no quarto e, quando ela percebeu que eu olhava, ela deu um grito muito alto e me deu um tapa, fechou a porta na minha cara e gritou para eu nunca mais olhar para ela enquanto ela estivesse se trocando.

Me senti muito constrangida, culpada e injustiçada: Por que eu não podia ver o corpo da minha mãe? O que tinha de errado nisso? Eu não conseguia entender e fui me afastando cada vez mais dela.

Tem algo que eu ainda busco compreender.

Em uma sessão de microfisioterapia, apareceu um abuso aos 2 anos de idade. Sinto que é muito provável, eu gostaria de saber quem foi essa figura. Essa é mais uma parte da minha história que tem relação com o conto da Branca de Neve.

Para cada conto, um Universo inteiro a ser descoberto. Fico só aqui pensando... quantas possibilidades, quantos caminhos temos para conhecermos a verdade. E de fato, só a verdade liberta.

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