Depois de um ano que minha mãe havia falecido, entrei em depressão. Foram dias e noites que não gosto de lembrar. Lembro que fiquei sem forças para o trabalho, sem forças para dar atenção ao marido e à filha. Acordava à noite e chorava quietinha para não acordar meu marido que saia cedo para o trabalho.
Quando não conseguia controlar, acordava devagarinho e ia para o banheiro social que era mais longe do meu quarto e chorava de soluçar. Chorava até acabarem as lágrimas sem saber o porquê e nem de onde vinha aquela tristeza que tomava conta de mim. Busquei ajuda de psicóloga e depois fui a um psiquiatra que foi quem me ajudou a controlar a depressão através de medicamento controlado.
Sou depressiva até hoje e controlo com dose mínima diária de antidepressivo para ter uma vida saudável e um bom relacionamento social.
Penso que talvez esta dor que sinto até hoje tenha sua origem na morte precoce de minha bisavó materna, Umbelina, que faleceu e deixou 8 filhos pequenos.
Meu bisavô demorou para se casar e os filhos mais novos foram criados pelos mais velhos.
Morando na roça imagino que tenha sido muito dolorosa a perda da mãe para meu avô e tios avós, principalmente para minha tia avó e madrinha Luiza que cuidava dos irmãos após o falecimento da mãe que aos 15 anos teve paralisia infantil. Andava com bengala e sentia muita vergonha de ter o problema.
Estou em busca de datas e fatos que esclareçam a dor que sinto.