Noites escuras da alma, nunca tinha ouvido essa forma de expressar as nossas dores e sofrimentos; assisti duas vezes as aulas onde nossa mestra fala com uma serenidade e com muito carinho deste tema.
Nossa mestra Olinda fala que as noites escuras são “como atravessar o deserto” quem de nós seres humanos não passamos por noites escuras da alma em nossos sistemas?
Constelando com as aulas, percebi que em meu sistema as noites escuras foram de muitas perdas prematuras, muita solidão, orfandade, incêndios, acidentes, doença do câncer, muita dor e tristeza.
Meu pai perdeu 2 irmãos, 1 de 2 anos e outro de alguns meses; minha avó ficou sozinha por mais de ano, quando meu avô foi para a guerra; quanta dor e quanta solidão! Sozinha, com os filhos, meu pai que era mais velho os avôs levaram para ser menos um para cuidar, quanta falta de mamãe e de papai.
Minha avó materna entregou a filha mais velha e uma filha deixou para sua mãe criar.
Meu Deus!
Quantas fichas caindo, me explicando por quê eu sinto tanta orfandade; eu nunca sabia expressar o que sentia, porque eu sempre tive um lar em que eu fui desejada e de onde veio esta obesidade que carregamos; agora eu vejo vocês, minhas tias, meus tios, eu os acolho e lhes dou um bom lugar no meu coração.
Na minha vida as noites escuras foi quando minha mãe foi diagnosticada com câncer, assim como também foi a ela, muitas cirurgias, quimioterapias, idas e vindas de hospitais 5 anos de tratamento, mas em agosto de 2011 mamãe foi para outro plano.
Outro momento marcante de noites escuras foi a perda de meu esposo de uma hora para outra de infarto, no mês de fevereiro de 2011, seis meses antes de minha mãe, foram momentos de muita dor e tristeza.
Todos nós temos noites escuras e precisamos lidar com isso, pois são pessoais e intransferíveis, mas, como aprendemos com a mestra Olinda, sofrimentos são oportunidades de transformação e cura em nossas vidas, “toda noite escura carrega em si a luz divina”.
Tem um ditado que diz “depois da tempestade o sol mostra o seu brilho” e foi isso mesmo que eu vivenciei e hoje eu entendo que cada um necessita passar por noites escuras para lapidar o ser, e entender que, por maior que seja a dor e o sofrimento, sempre haverá a cura e a Luz Divina.
Gratidão Mestra Olinda por tanto aprendizado.