"Apoderar-se de si
Recombinando atos
Não sou quem estou aqui
Sou um instante, passo
Cada um, cada qual
Resgatar o júbilo
Resistir, ser plural
Repartir o acúmulo
Apoderar-se de si
Remediando passos
Convergir no olhar
Nosso brio e fúria
Conceber, conservar
Aguerrida entrega
Nesse nosso desbravar
Emanemo-nos amor
Até quando suceder
De silenciar
O que nos trouxe até aqui
Nada melhor virá..."
Música: Da Entrega - O Teatro Mágico
De uma frase que escrevi em outra publicação, e que ouvi repetidas vezes nos últimos dias (em especial durante as aulas) me veio essa música. Só o amor traz de volta. Nunca tinha realmente ouvido, prestado atenção na letra. É uma pequena constelação!
Para constelar é preciso apoderar-se de si, ser dono da própria vida, recombinar a história, tomar consciência de que somos apenas mais uma parte de um grande todo, de um grande sistema. E que ainda assim, cada um só pode resgatar o próprio júbilo, e não o do outro.
Para tomar a vida, é preciso apoderar-se dela. Não ser mais uma vítima das circunstâncias, mas tomar as rédeas e conduzir, resistir, remediar. Convergir no olhar o brio e a fúria significa ver com grande entusiasmo a honra, a dignidade, a coragem! Somente quem constela consegue fazer isso, somente o olhar sistêmico permite tal visão.
Mas tudo isso, apesar de muito, não é suficiente se não houver entrega. Aquela corajosa, guerreira entrega, que nos derruba todos os julgamentos. E para continuar nessa caminhada, sem desistir, é preciso acima de tudo o amor!
Emanar o amor para receber amor!
Até quando? Enquanto estivermos vivos! Enquanto a nossa história exigir de nós a conversão, enquanto o que incomoda não desaparece! Esse é o tempo necessário para amar.
E não existe nada melhor do que o amor.
Até mesmo temas de vida e morte, traumas extremos, temas muito dramáticos, só são resolvidos através do amor. Não existe melhor remédio. Não existe jornada de cura sem amor!
"Emanemo-nos amor
Até quando suceder
De silenciar
O que nos trouxe até aqui
Nada melhor virá..."