Relacionamentos e parcerias: simbiose construtiva ou destrutiva.
Este texto tem como base a leitura do livro simbiose e autonomia nos relacionamentos, o trauma da dependência e a busca da integração pessoal do autor Franz Ruppert.
Cada capítulo deste livro traz a possibilidade de uma constelação e de se olhar para nosso corpo de dor.
Neste livro o autor traz as formas construtivas e destrutivas de simbiose que contribuem muito para os estudos sistêmicos sobre o amor interrompido, orfandade, dependência, relacionamentos abusivos, pais disfuncionais entre outros que são abordados no curso.
Diante desta leitura pode se analisar que em determinados momentos e situações é preciso existir a simbiose que é uma necessidade de união com dissolução do próprio eu para ter pertencimento e fugir do isolamento.
Há momentos de simbiose com a mãe, pai, irmãos e parentes na família.
Nos relacionamentos estas simbioses tem suas regras e características.
O que vai diferenciar as simbioses construtivas e destrutivas são a forma e o papel que estas exercem sobre os envolvidos.
Em que fase da vida são necessárias, se tem utilidade naquela fase, se curam ou adoecem, se mantêm o indivíduo independente e autônomo no seu eu?
Porque os seres humanos necessitam do convívio, precisam de outras pessoas e vice-versa.
De acordo com Franz Ruppert uma simbiose construtiva traz proveito a todos os envolvidos, estimula o desenvolvimento a medida que for necessário em cada fase de seu desenvolvimento corporal, emocional, mental e prático.
Exemplo: mãe e bebê.
Uma simbiose é construtiva quando há sensação de equidade em todos os envolvidos, ou seja, o dar e receber estão em equilíbrio.
Existe egoísmo e altruísmo quando o outro se alegra e eu também me alegro.
O amor vê o outro como ele é.
Há o medo saudável por si próprio, pela vida, saúde e bem-estar das outras pessoas, a forma saudável de raiva em expressar que algo não está certo ou bom.
Sentimentos de tristeza e dor pela perda dolorosa, separações e morte, mas com uma participação adequada à situação.
A culpa aparece para assumir a responsabilidade e necessidade de compensação a quem fez sofrer.
E também a disposição de terminar uma relação de dependência que se tornou estreita e limitadora como o filho que deixa a casa dos pais quando se encontra em condições de sustento próprio, separação de casal quando não há mais possibilidade de um futuro em comum.
Na simbiose construtiva o sentimento é harmonioso de participação e união. Todos podem ver o outro como ele é: talentos, fraquezas, pontos fortes não havendo a ausência de identidade dos envolvidos.
A forma destrutiva de simbiose está associada a:
Você deve existir para mim baseado na preponderância, dominação, opressão, sadismo, destruição.
Nesta relação há o mais forte e o mais fraco, desrespeito de limites entre os envolvidos, ocorrência de agressões e pressão, desvalorização do mais fraco, perpetradores possuem mais consideração social do que as vitimas, manipulação.
Esta simbiose de acordo com Franz Ruppert promove o enredamento simbiótico a ligação destrutiva entre duas ou mais pessoas que permanecem em situação de mútua dependência.
Durante toda vida lutam e combatem entre si como ofensores e vítimas.
Também está associada a:
Eu existo para você baseado no conformismo, renúncia a si mesmo, submissão, depressão, masoquismo e suicídio.
Acreditam nas promessas, acham desculpas para o mal, inferioridade extrema, incorporam a culpa pelos atos do outro.
O amor causa doença, a raiva pode provocar destruição do outro e por trás dela há uma dor reprimida tendo a necessidade de ver o outro sofrer, os medos são negados criando uma aparência de força e invulnerabilidade.
Nesta relação há ausência de identidade.
A privação de proximidade e de afeto vivida por muitas pessoas desde a infância promove a necessidade elevada de receber apoio, orientação, dedicação e amor e estas pessoas podem facilmente entrar em simbiose destrutiva promovendo grandes traumas.
O que fazer diante de uma situação assim?
Perguntar para si:
O que o motivou a entrar numa simbiose destrutiva?
Franz Ruppert é psicoterapeuta, doutor em psicologia e professor da escola superior católica de Munique.
Desenvolveu o modelo de constelações de traumas.