A leitura, em minha vida, sempre teve um significado muito especial.
Olinda Guedes nos aconselha a ler muito, adquirir conhecimentos, mas para mim, ler sempre foi muito mais que isso, de certa forma, era uma tábua de salvação, um refúgio em meio aos momentos difíceis.
"Antes da felicidade, os pais".
Esta frase é muito impactante, quando paramos, revemos nossa infância, vemos como faz sentido e como é difícil ser criança.
Assim como Olinda Guedes, também fui uma criança que chorava muito, mas muito mesmo, tinha uma grande tristeza na alma, chorava sem nem mesmo saber o motivo, era algo muito desproporcional ao contexto.
Não importa a idade cronológica, a criança permanece dentro de nós e ela necessita de atenção, de aprovação e sobretudo ser amada pelos pais e diante disto, faz de tudo, mantém- se leal, não importanto que sofra, ela precisa pertencer.
Mas os sofrimentos trazem emaranhamentos, não fazem parte da nossa natureza, da natureza divina.
Bert Hellinger disse que para ser feliz é preciso ser desleal, mas desleal no sentido sistêmico.
Isto significa romper padrões, crenças que nos limitam, ter consciência de si mesmo, curar a criança honrando os pais, consciente das leis do amor, sabendo reconhecer-se como pequeno para ser grande perante a vida.
É necessário curar o amor que adoece, acolher e ressignificar as dores, fortalecer pelo amor o pertencimento.
Precisamos conhecer o amor do espírito que é o amor da compaixão, o amor que não julga, o verdadeiro significado do "eu vejo você"
No livro Além do Aparente, Olinda Guedes escreve:
A postura de ingratidão perante a vida faz "perecer no deserto".
Então, sejamos gratos, pois só assim seremos abundantes.