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O CAMPO NA CONSTELAÇÃO SISTÊMICA

O CAMPO NA CONSTELAÇÃO SISTÊMICA
Neiva Senaide Petry Panozzo
jul. 9 - 7 min de leitura
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As gravações das aulas do módulo 09, tratando de orientações sobre Constelações em Grupo – atendimento online, suscitaram a necessidade de compreender mais a fundo alguns conceitos que são básicos nessa proposta de intervenção terapêutica.

Revisar os estudos na FORMAÇÃO REAL é necessário e muito importante para ampliar a compreensão do processo vivenciado nas CONSTELAÇÕES SISTÊMICAS. Por isso, retomei as contribuições de Rupert Sheldrake, que nos explica o sistema da vida, à luz das ciências da física e da biologia, através da atuação e sintonia com o campo e da ressonância morfogenética.  

Como resultado dessa retomada, fiz um exercício de registro de pequeno glossário com alguns termos que penso serem importantes, retirados de dois livros do autor: “A presença do passado: os hábitos da natureza” e “Uma nova ciência da vida: a hipótese da causação formativa e os problemas não resolvidos da biologia”. Compartilho aqui, para quem se interessar, deixando meu abraço.  

Campo: Uma região de influência física. Os campos interrelacionam e interconectam matéria e energia no seu domínio de influência. 

Campo mórfico: Tal como os campos conhecidos da física, são regiões não materiais de influência que se estendem no espaço e se prolongam no tempo. Os campos mórficos não desaparecem: são padrões de influência organizadores potenciais, suscetíveis de se manifestarem fisicamente de novo, em outros tempos, outros lugares, por todo o lado, onde e sempre que as condições físicas forem apropriadas; encerram uma memória das suas existências físicas anteriores. O processo pelo qual o passado se torna presente no seio de campos mórficos chama-se ressonância mórfica.

Campos morfogenéticos: Esses campos têm uma memória inerente – uma informação - e a sua evolução pode ser concebida pelas qualidades imanentes aos organismos. Evoluem no domínio da natureza e são influenciados pelos acontecimentos reais do passado. Um campo morfogenético associado a determinado sistema, por exemplo, um tecido muscular esquelético, direciona a dinâmica de tal sistema, em todos os níveis de complexidade, pois é formado pela soma de uma série de outros campos que controlam seu funcionamento. Entre todo e qualquer campo morfogenético semelhante ocorre um fenômeno pelo qual os campos se comunicam - a Ressonância Mórfica.

1 - Todo comportamento é orientado por um campo morfogenético, então, pela influência de sua ressonância, todo e qualquer indivíduo que se conectar a tal campo será capaz de acessar as informações que dirigem tal comportamento, e assim também realizá-lo;

2 - A partir do momento que um comportamento surge pela primeira vez, todo e qualquer indivíduo da mesma espécie tende a apreendê-lo mais rapidamente devido a sua ressonância;

3 – A  ressonância de um campo age para além do espaço e do tempo. Sendo assim, todo comportamento que surge pode ser apreendido em qualquer lugar, e em qualquer momento da história, continua a existir;

4 - Para que outros indivíduos possam assumir determinado comportamento, basta que entrem em contato com o campo. Quanto mais indivíduos perpetrarem um determinado comportamento, mais forte e intensa se torna a ressonância de seu campo, fazendo com que mais e mais indivíduos entrem em sintonia e assim se comportem da mesma forma;

Causalidade formativa - Cada tipo de sistema natural possui o seu próprio tipo de campo; há um campo para a insulina, um campo para a faia, um campo para a andorinha, etc. Assim, os campos morfogenéticos de uma espécie são moldados por influências que emanam de membros que existiram anteriormente. Representam uma memória coletiva da espécie. Cada membro é moldado por estes campos de espécie e contribui, por sua vez, para os moldar, influenciando os futuros membros da espécie.

A  memória é inerente a todos os organismos de duas maneiras relacionadas. Todos herdam a memória coletiva da espécie por ressonância mórfica dos organismos anteriores da mesma espécie. Os organismos individuais estão sujeitos à ressonância mórfica de si mesmos no passado; esta auto-ressonância fornece a base das recordações e hábitos individuais.

Memória: A capacidade de lembrar, recordar, reunir, ou reconhecer. A memória é inerente à natureza. Os sistemas, sejam de pombos, orquídeas, humanos, ou moléculas de insulina herdam uma memória coletiva de todos os respectivos fenômenos da sua espécie, por mais distantes que estejam no espaço e no tempo. Devido a esta memória cumulativa, a natureza das coisas torna-se cada vez mais habitual por repetição.

As memórias coletivas são como hábitos no sentido de que a repetição de padrões de atividade semelhantes apaga a particularidade de cada instância individual do padrão; todos os padrões de atividade semelhantes do passado contribuem para o campo mórfico pela ressonância mórfica e se fundem.  A memória de organismos individuais pode depender de influências diretas do seu próprio passado. 

Ressonância mórfica: A ressonância mórfica implica a transmissão de influências causais formativas através do espaço e do tempo. A memória nos  campos mórficos é cumulativa, por isso todas as espécies de fenômenos se tornam cada vez mais habituais por repetição. Quando esta repetição se produziu em escala astronômica ao longo de bilhões de anos, tal como foi o caso de inúmeros tipos de átomos, de moléculas e de cristais, a natureza dos fenômenos adquiriu uma qualidade habitual tão profunda que é efetivamente imutável, ou aparentemente eterna.

A ressonância mórfica implica uma transferência de informação. Como todos os membros passados da espécie contribuem para formar estes campos, a sua influência é cumulativa: aumenta proporcionalmente ao número total dos membros da espécie.  A capacidade de regeneração é uma das características mais fundamentais dos organismos vivos e toda a teoria da vida empenha-se em explicá-la, no sentido que se produz com base em padrões rítmicos de atividade. 

A ressonância mórfica entre as estruturas de atividades rítmicas baseia-se na semelhança; através da ressonância, padrões de atividades passadas influenciam os campos de sistemas semelhantes posteriores. A ressonância mórfica implica uma espécie de ação à distância no espaço e no tempo. Essa influência não diminui com a distância no espaço e no tempo.

O nascimento de uma forma não se verifica num vazio. Todos os processos de desenvolvimento partem de sistemas que já têm uma organização específica.  Quanto maior for o grau de semelhança, maior a influência da ressonância mórfica. Em geral, as unidades mórficas assemelham-se intimamente no passado e estão sujeitas à auto-ressonância dos seus próprios estados passados.

SHELDRAKE, Rupert.  A PRESENÇA DO PASSADO: os hábitos da Natureza. Instituto Piaget. Lisboa, 1988 – 1995.  

_____ UMA NOVA CIÊNCIA DA VIDA: a hipótese da causação formativa e os problemas não resolvidos da biologia. São Paulo: Cultrix, 1981, 2009, edição de 2013.

 

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