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O PERCURSO ATÉ AQUI

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Jordana Rosa da Silva
jun. 6 - 6 min de leitura
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Nunca imaginei que colher algodão aos 6, 7 anos seria a minha primeira profissão. Eu ia lá na roça com meu pai e, enquanto ele cuidava dos trabalhadores durante a colheita de algodão, por diversão, eu colocava meu saquinho do lado e saia pela roça a fora, catando algodão e, no fim, meu pai pesava meu saquinho, anotava e eu recebia pela pequena quantidade de algodão que havia colhido.

É. Agora eu vejo. Esse realmente foi meu primeiro trabalho remunerado.

Depois disso, muitos anos depois, fui visitar minha amiga em seu trabalho, uma lanchonete, e por lá fiquei trabalhando; fazia de tudo, durante 2 ou 3 meses, era divertido, eu gostava.

Uma outra experiência foi estagiar numa loja de departamentos, acho que foi ali que eu vi que, talvez cumprir horário não seria meu ponto forte, eu sou muito pontual, mas gosto de ter uma certa liberdade.

Ir para Portugal sempre foi um desejo do meu coração, até então eu não sabia o porque, eu só queria ir, e aos 22 anos lá estava eu chegando de mala e cuia em terras portuguesas; até esse momento eu não tinha responsabilidade, eu vivia com meus pais, que nunca me deixaram faltar nada, aliás foi meu pai que me proporcionou a ida para Portugal, lá as responsabilidades chegaram e eu acordei para vida, era hora de crescer, de me sustentar, tempos difíceis como para todo imigrante.

Fui parar na cozinha de um barzinho, que horror, o patrão era um brucutu, os colegas, coitados, viviam sendo humilhados e eu, a brasileira recém chegada, fazia aquilo que mandavam e de boca fechada; óbvio que não aguentei muito. Sai de lá para um restaurante de uma senhora muito simpática que estava retornando para Portugal depois de morar fora muitos anos.

Ali, eu fazia de tudo um pouco, ela gostava de mim, me tratava bem, mas o negócio dela não andava, fui dispensada , passávamos os dias as duas olhando para as paredes.

Conheci umas pessoas que me levaram para trabalhar num hotel, desses chiquérrimos, 5 estrelas, de frente pro mar, e eu que não gosto de trabalhos domésticos, estava lá de camareira; eu me deparava naquelas varandas de frente para o mar e pensava: o que eu estou fazendo aqui?

Nessa época, tínhamos uma chefe amargurada com a vida, que arrancava o nosso couro, eu mais que depressa recebi o primeiro salário e cai fora, pensei, melhor voltar para o meu país do que viver assim.

Alguns meses se passaram e o destino me levou até um salão de cabeleireiro, fui fazer a sobrancelha e a moça perguntou se eu trabalhava, eu disse que não, que estava a procura, dali mesmo já fui aprender a lavar cabelos e ser auxiliar de cabeleireiro; era temporário, só para época de Natal, mas foi aí que um anjo entrou em minha vida, esse anjo se chama Bonfim.

Eu e Bonfim, o anjo, convivemos dois meses no trabalho e ela sempre me ajudando, me incentivando, a partir daí fui para a profissão que até hoje faz parte da minha vida, 16 anos se passaram.

A Bonfim me inventou e me ajudou a procurar um emprego nessa área e encontrei logo de cara pessoas incríveis e acolhedoras, que estão no meu coração.

Foram sete anos em Portugal, estudei, me dediquei, conheci pessoas incríveis ao longo desse tempo, pessoas que valorizavam o meu trabalho e eu amava o que fazia, cheguei num ápice de ter fila de espera por um horário comigo.

Chegou a hora de voltar ao Brasil, a roça nunca saiu de mim, eu sentia saudade dessa vida perto da natureza, eu queria ter filhos com uma infância livre, com acesso as coisas simples da vida.

Chegando aqui, já com a decisão de não ser funcionária de ninguém, de fazer o meu nome, a minha carreira, fui buscar um local, e por incrível que pareça, que de incrível não tem nada, é a energia paterna me levando para a vida, foi meu pai que fez a ponte para eu estar no local que estou até hoje; posso dizer que até fiz meu nome, mas o dinheiro deixou de ser próspero, eu deixei de investir em mim estudando, que era algo que me dava prazer, aí vieram os filhos.

Eu fui deixando de lado a minha profissão, as clientes foram sumindo, o prazer em trabalhar deixou de fazer parte do meu cotidiano, eu fui deixando de ver a vida com a futilidade que eu via, e algo dentro de mim mudou, e eu fiquei por um longo período perdida, empurrando com a barriga as poucas clientes que sobraram, fui em busca de várias opções para me resgatar e nada me tirava daquele lugar, nada me fazia caminhar.

Até que conheci as constelações e me apaixonei, passei um ano e meio vendo aulas gratuitas, pesquisando, mas sempre com aquele pé atrás, até que conheci Olinda Guedes e, aí sim, foi amor, aí eu senti, e enxerguei que a constelação já fazia parte da minha vida, eu só não sabia o que era isso, e hoje estou aqui na Formação Real, estudando com muito empenho, muito prazer e com brilho nos olhos, e com um desejo muito grande no meu coração de ser uma Terapeuta Real.

Eu sei que a estética me trouxe até aqui.

Os caminhos que segui consigo enxergar e valorizar e sei que as pessoas que passaram por minha vida contribuíram para eu estar aqui, e sei também que, por pouco que seja o ganho, a estética vai me levar aonde eu quero chegar, espero poder ajudar o mundo com a minha futura profissão de Terapeuta Real Sistêmica.

 

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