Durante este módulo, travei. Demorei a retornar. Refleti. Sofri. Constelei. Refleti. Sofri. Retornei aos estudos.
Durante minha infância, ir à escola, sempre foi algo normal, gostava muito dos amigos, das atividades, da hora do recreio e principalmente dos momentos em que eu poderia ser eu mesma: quando haviam apresentações musicais no pátio da escola. Ah como eu me sentia feliz e realizada!
Na sala de aula eu sempre estava entre as melhores da turma. Minha mesinha com a toalhinha de plástico que mamãe preparava e cuidadosamente cortava toda ao redor com aquela tesoura zig-zag, uaaauu!!! Eu achava o máximo.
Todos os dias, chegava na sala de aula, ocupava o meu lugar, limpava a mesa, estendia a toalhinha, e organizadamente distribuía todo o meu material sobre a carteira. Era um ritual que eu amava fazer. Os cadernos todos encapados e limpinhos, lápis de cor, canetinhas, tudo lindo! Eu amava!
Bons tempos!
Para mim a escola sempre foi um bom lugar!
Porém, a realidade com meus filhos nunca foi a mesma. Nenhum deles gosta de ir à escola, e muito menos de estudar. São todos inteligentes. Mas não gostam de estudar. É um sofrimento para eles fazer trabalhos, provas, serem avaliados.
Para eles a escola não era um bom lugar.
Um deles sofreu um tanto mais, o Felipe, que com Déficit de Atenção teve grandes dificuldades em um ambiente escolar que não o percebia, não compreendia suas necessidades, sua forma de aprender. E eu demorei longos anos para entender que o que ele precisava era mudar de escola, demorei muito, até o 1º ano do ensino médio, quando finalmente o ouvi.
Mudar de escola foi libertador para ele e para mim. Meu filho agora tinha amigos, fazia os trabalhos, as provas, tinha acompanhamento escolar, era respeitado e compreendido. Resultado? Finalizou o terceiro ano do ensino médio em 3º lugar da turma. Uma grande vitória para ele e para mim também! Vê-lo feliz e realizado me fez feliz. Sempre há tempo!
Senti em meu coração de relatar estes fatos. Compreendi que somos diferentes uns dos outros também no ambiente escolar. Meu filho antes estudava em um dos melhores colégios privados da região, e sofreu constantemente por longos anos. E em um colégio público onde eu também fui muito feliz na minha adolescência ele se encontrou e conseguiu finalizar o ensino médio com louvor e alegria no coração.
Não sei como será o futuro profissional dos meus filhos, mas algo que já tenho bem claro em meu coração é que, não os obrigarei a realizar este ou aquele curso, ou até mesmo a fazer uma faculdade. Quero que sejam felizes, prefiro que façam algo por amor e não algo que todos fazem, algo imposto. Sou criticada com esta minha decisão, mas meu coração está tranquilo, pois sei da capacidade de cada um deles e nós precisamos estar em um lugar onde a gente se sinta bem, seja este ambiente a escola ou o trabalho.
Dou-lhes minha benção, meu amor e incentivo, para que façam do seu futuro algo bom para eles e para os seus descendentes. Sem amarras ou imposições.
Meus filhos, Lucas, Felipe e Miguel, eu os amo e abençoo para seguirem em frente, com sucesso e prosperidade em suas vidas, num caminho construído com amor e respeito.
Fabiana Zappielo