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O QUE EU JÁ FIZ PELOS MEUS PAIS

O QUE EU JÁ FIZ PELOS MEUS PAIS
Amanda Russo
set. 19 - 4 min de leitura
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Trago aqui um pequeno relato de algumas das percepções que mais me tocaram no reconhecimento dos emaranhamentos no meu sistema.

Durante o processo de terapia e de estudos das constelações, percebi o quanto inconscientemente eu tentava assumir o lugar de mãe da minha mãe. Não tinha forças para me dedicar como gostaria ao meu trabalho, aos projetos que queria realizar pois sempre me via preocupada com as questões dela e direcionando minha energia pra isso.

Isso foi mais perceptível ainda após o desencarne do meu pai, quando me senti começando a assumir o lugar dele também. Foi um grande choque constatar como eu agia dessa maneira sem perceber. Mas, com a consciência que eu já estava ganhando em relação as dinâmicas sistêmicas, pude perceber isso e decidi fazer uma constelação na água.

Meu pai foi casado antes de se relacionar com minha mãe, e na constelação vimos que eu tinha uma identificação forte com sua primeira esposa. Quando a consteladora me colocou na água, fui direto ao seu encontro, assim como o boneco representante do trabalho.

A separação do meu pai com ela foi em meio a muitos conflitos familiares, quando ele começou a se relacionar com minha mãe na época, e isso desencadeou em um movimento de exclusão no sistema.
Compreendi que por conta de sua primeira esposa ter sido excluída, eu trazia essa informação em mim, buscando fazê-la pertencer.
Que interessante perceber isso e como fez sentido, apesar de eu nunca tê-la conhecido. 

Agora eu sei, eu vejo você, você faz parte. Agora eu sei.

Inconscientemente minha mãe negava a parte que vem do meu pai, inclusive de sua primeira esposa, e cada vez que ela fazia isso, negava parte de mim. Ela dizia, você é igual seu pai, em tom de desaprovação, e eu comecei aos poucos negar meu masculino por lealdade a ela, embotando minha força para o trabalho.

O boneco que representava meu pai ficava distante, não tinha forças pra chegar até mim.

Durante a constelação compreendi muitas dores de minha mãe, da memória de orfandade que ela carregava e o quanto eu busquei suprir isso sem ter consciência. Como diz Olinda, antes da felicidade, os pais.

"Querida mamãe, eu sinto muito por tudo que aconteceu. Eu não estava lá.
Eu vejo as suas dores, mamãe. Mas eu não posso carrega-las por você. Devolvo pra você o que te pertence e de você eu tomo a vida e tudo o que você me deu de bom, e agora eu sigo por honra a você e ao papai, fazendo o melhor com a vida. Daqui pra frente, eu sigo.
Diante de você eu sou pequena, para seguir grande diante a vida.

Depois dessa constelação, houveram vários movimentos dentro de nossa família e principalmente, dentro de mim. Minha alma ganhou um novo olhar pra diversas coisas e facilitou imensamente a assimilação dos conteúdos que continuei e ainda continuo trabalhando em terapia.

Hoje vejo minha mãe me elogiando pelos mesmos motivos que ela me criticava antes. O mesmo, você é igualzinha seu pai, que ela dizia antes em tom de negação, agora é falado com tom de admiração e pertencimento.
A quantidade de coisas que comecei a sentir pertencendo depois desse pequeno detalhe, não sei dizer, mas são muitas. 

São coisas que reverberam e atingem além do que se pode explicar, só sentir. E continuar sentindo.

 

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