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O QUE FAZ O AMOR DAR CERTO

O QUE FAZ O AMOR DAR CERTO
Araci Diesel da Silva
jul. 22 - 5 min de leitura
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Um sentimento de pertencimento, de se sentir aceito, de ser amado, de ser querido, de estar em paz e ser feliz consigo mesmo.

Estudando essa aula pude compreender porque os meus relacionamentos quase nunca deram certo, eram abusivos, exceto o atual que já dura 20 anos após diversas terapias.

Lendo o livro Descobrindo Crianças que é uma maravilha, indico a todos, venho aplicando alguns exercícios e me surpreendendo com cada um deles, vou relatar o que me aconteceu com o primeiro.

Logo no início da leitura há um exercício com meditação que te leva a uma caverna. Você deve abri-la e visualizar com cuidado e gravar na mente o que viu e ao sair registrar tudo com desenhos.

 Pois bem, entrei nessa aventura, e quando cheguei à minha porta fui tomada por uma insegurança seguida de um forte medo. Relutei muito em abri-la, a curiosidade foi mais forte e consegui, ao adentrar na sala a primeira coisa que vi foi a figura do meu avô paterno muito elegante sentado serenamente em uma poltrona e olhando fixamente para mim.

Congelei! Veio o choro e uma raiva imensa tomou conta de mim. Logo atrás estava minha avó, e mais à direita o meu pai. Minha raiva foi crescendo e eu chorava e gritava com o vovô, porque nos abandonou, a culpa por tanto sofrimento é toda sua. Muitas cortinas se abriram e tive a compreensão de muitos fatos que ocorreram comigo.

Esse meu avô morava em outra cidade e de quando em quando vinha nos visitar ficando uns dias com nossa família. Sempre que chegava era uma festa, pois era muito alegre, contava histórias, tocava sanfona e a noite reunia a vizinhança.

Exercia muitas atividades: era agricultor, comerciante, alfaiate, transportador dos correios e animador de festas. Mamãe comentava que ele estava sempre nos ajudando. Comprou terras para o plantio de cereais e montou um pequeno armazém para o papai trabalhar e ainda ajudou a construir nossa casa.  

E assim até onde eu lembro minha infância foi razoável. Aconteceu que, aos meus 10 anos de idade esse meu avô aos 69 anos nos deixou repentinamente vítima de infarto fulminante.

Desabei! a infância até então aparentemente feliz, acabou. Deus! Só eu sei o quanto eu o amava e quanto sofri com a partida dele. Nesse dia lembro perfeitamente que permaneci quase todo o tempo na sala fúnebre ao lado do corpo chorando muito.

Um fato estranho aconteceu que me marcou para sempre. Eu não era vista, fui totalmente ignorada como se fosse invisível, nenhuma atenção, nenhuma palavra, nenhum consolo, e assim foi durante muito tempo.

Daí em diante passei a sentir-me só. Mas o pior ainda estava por vir, o que mudaria nossa vida completamente: papai começou a beber, se descuidar do trabalho, a ficar violento quando bebia e a nos maltratar, também a fazer mal negócios e pôs tudo a perder.

Ficamos na miséria e passamos por muitas necessidades. Minha adolescência foi muito triste e penosa. Me sentia desprotegida e solitária. Não tinha amigos, mudamos de cidade e a todo momento mudávamos de casa, de bairro.

Aos doze anos precisei deixar os estudos para ajudar nas despesas da família. Somos em sete irmãos, sou a terceira, não demorou muito minhas duas irmãs mais velhas casaram-se e fiquei eu mais quatro irmãos menores.

Com os maus tratos do papai passei a sentir muita raiva e revolta. Era muito nervosa e tive sérios problemas de saúde.

Já fiz muitas terapias e milhares de orações, melhorei em muitos aspectos e estudando agora as constelações percebo que ainda há muito sofrimento e emaranhamentos no meu sistema familiar precisando ser olhado com amor e tratado.

O que aconteceu aqui! Amor interrompido, não sei, mas não me sinto pertencente ao sistema...                                                                     

Nesse exercício percebi que inconscientemente eu julgava e culpava meu avô por todos os sofrimentos.  Foi doído, foi constelador, foi libertador. Chorei por toda a noite e ainda agora choro escrevendo este.

Vovô, vovó, papai, mamãe, eu deixo com vocês o que é de vocês. Eu sinto muito vovô ter te julgado, sinto muito papai e mamãe tudo o que aconteceu entre vocês. Hoje eu vejo vocês com outro olhar, sem julgamento.

Gratidão pela vida! Gratidão por tudo! Sigam em paz!

Vou seguir o meu caminho com maior liberdade.   

Agradeço a Deus pela oportunidade desse aprendizado e a querida mestra Olinda por disponibilizar tantos ensinamentos e por nos orientar com tanto amor.

Araci Diesel da Silva

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