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O QUE FAZ O AMOR DAR CERTO

O QUE FAZ O AMOR DAR CERTO
Maria Célia Pexe Plens
ago. 3 - 3 min de leitura
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A infância de meus pais se passa nas décadas de 1930-40 e foi cercada dos tabus e preconceitos morais e sociais inerentes a um contexto predominantemente agrário, com famílias numerosas, onde a divisão das tarefas era bem distinta entre homens e mulheres cabendo ao pai o comando do núcleo familiar.

Assim, meu avô paterno orienta para a vida no campo na região de Pirangi Paulista e meu avô materno, considerado moderno, orienta  para as atividades urbanas  que considerava mais promissoras com mais possibilidades de trabalho,  estabelecendo-se na cidade de Álvares Machado – SP quando minha mãe completava nove anos de vida.

O fato é que por volta de 1950 ambas as famílias residiam no norte do Estado do Paraná onde meus pais se conheceram, namoraram e se casaram.

Minha mãe bem jovem tornou-se professora e agora, residia na zona rural a uns doze quilômetros da cidade onde lecionou por nove anos. Infelizmente teve que escolher entre desenvolver a atividade que a realizava profissionalmente e o casamento, o que a decepcionou profundamente.

Meu pai foi um homem amoroso com minha mãe. Porém foi bem ciumento. Minha mãe, uma mulher aparentemente forte e corajosa, foi abrindo mão dos próprios sonhos em função do relacionamento e dos filhos. No entanto meu pai deixava-se influenciar pelas decisões dela. A impressão que tenho é que ela tinha melhores propostas ou sugestões e ele as acatava. No final, cada um com suas limitações e carregando as devidas lealdades foram se lapidando.

Frequentemente  expressavam suas amarguras: ele traz marcas da infância e depois do desentendimento com meus avós que resultou num afastamento carregado de mágoas e ressentimentos; ela carregava uma insatisfação, um sentimento de inferioridade, uma sensação de escassez dela mesma e de seus antepassados.

Hoje compreendo melhor o comportamento de ambos e me vejo como a soma dos dois. Estou adquirindo, através dos estudos das Constelações Sistêmicas com a Mestra Olinda Guedes, ferramentas capazes de identificar lealdades e emaranhamentos que, de forma mais consciente, posso ir curando.

Amo meus pais exatamente como são e sou grata por tudo e por tanto que nos deram a mim, minhas duas irmãs e dois irmãos. Eles nos abriram as portas para aprendermos como o amor pode dar certo, como desenvolvermos o amor próprio que nos torna autorais, que nos empodera e nos encoraja a dar passos para além da zona de conforto.  

Nem sempre eu soube disso e com certeza meu esposo também não.

Viemos para o relacionamento trazendo nossos emaranhamentos e lealdades, mas temos, a cada dia, feito a escolha de estar um com o outro.  Se o êxito na vida e na profissão depende de rigor e determinação, isso também vale para o relacionamento.

Rigor e determinação para assumir os próprios defeitos e corrigi-los. Rigor e determinação para reconhecer a dedicação do outro, o empenho em tornar-se melhor. Rigor e determinação para respeitar e aceitar o tempo e os limites do outro.

Semelhantes a nossos pais expressamos nossas amarguras, mas deles recebemos o amor, as bênçãos e a força para tomarmos a vida e passá-la adiante.

Somos nossos pais melhorados.

Nossos filhos, conscientemente, buscam tornarem-se seus pais melhorados.

Gratidão!

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