O QUE FAZ O AMOR DAR CERTO
Segundo nosso querido mestre Bert Hellinger, as ordens do amor são hierarquia, equilíbrio entre o dar e tomar e o pertencimento.
E ao falar desse sentimento a pergunta que sempre fazemos é: O que faz o amor dar certo?
Para que o amor dê certo precisamos respeitar as ordens da vida, identificar o meu lugar, honrar os que vieram antes, equilibrar o dar e tomar e pertencer, de forma saudável.
Antes de nos envolver em uma relação precisamos nos curar, curar o vínculo de amor interrompido, identificar e acolher a dor de um trauma, ou, como diz a nossa mestra Olinda Guedes, “só vamos encontrar no outro o nosso corpo de dor.”
O que faz o amor dar certo é cuidar da nossa infância, da infância dos nossos pais e dos nossos ancestrais, por que ela vive em nós.
Eu só posso ser feliz com o outro antes de ser feliz comigo.
Para ser feliz na relação a dois é preciso reciprocidade, generosidade, ambos contribuírem para a felicidade do casal.
Quando um ou ambos os parceiros trazem consigo memórias de orfandade o amor não dá certo, pois o que se tem nesses casos é um amor cego, uma lealdade invisível às dores daqueles que não conseguiram se curar, é uma paixão pela doença, pela patologia do outro.
Olinda traz em seu livro “Além do Aparente” (p. 67), que a vida vai pra frente quando estamos reconciliados com nossos pais.
E que os pilares da relação conjugal são o amor genuíno (o amor do coração), a sexualidade e o amor à vida (p. 73-75).
Todo o amor que habita em nós vem dos nossos ancestrais.
E, segundo Joan Garriga, no seu livro “Onde estão as minhas moedas”, recebemos dos nossos pais as nossas moedas e isso foi o suficiente, eles nos deram a vida, o que faço com ela agora é minha responsabilidade.
Enquanto acharmos que ainda temos algo a receber dos nossos pais o amor não flui, não chegará ao nosso trabalho, nem nos relacionamentos, seja com nosso parceiro, filhos ou mesmo amigos.
Por isso é tão importante saber o que faz o amor dar certo, pois ele é a energia da vida.
Olinda também nos diz que quando a relação está em crise é melhor ir primeiro para terapia do que para o tribunal, pois um profissional ajudará o cliente a identificar e tratar o que há por trás do conflito, o que há além do aparente, muitas vezes uma lealdade familiar.
Portanto, o sucesso do relacionamento conjugal acontece quando me sinto completa de pai e mão, quando aceito que recebi o suficiente da vida, a partir dessa completude posso servir à vida, posso alegrar-me com o outro.
Finalizo com essa frase da nossa querida mestra:
“Quem espera do outro está impedido de tomar. O que conduz ao fracasso é a carência. O que conduz ao sucesso é a plenitude e esse amor precisa ser tomado dos pais.” “Guedes, Olinda. Além do Aparente. Um livro sobre Constelações Familiares. Curitiba, 2015, p. 73.