O tempo sempre me pareceu pouco. Eu sempre estava atrasada... de alguma forma eu me enrolava com algo e chegava tarde aos compromissos. Não conseguia mudar e nem entender porque eu era tão complicada com horários... mas, eu tinha um sentimento em relação ao tempo: ele não agia em meu favor.
Eu sempre quis mais da minha mãe, sua presença, seu carinho, seu colo, seu tudo, apesar de todo carinho, atenção e amor dedicados. Sempre tive uma fome infinita do amor maternal e nada era suficiente para suprir minha carência.
Hoje, depois de muitas buscas e aprendizados, reconheço a orfandade que habita meio sistema. Houve uma vínculo de amor interrompido. Afinal, nada é por acaso. Minha mãe, meu tempo, meu pouco. Estou caminhando e sei que cura chegará.
Durante minha infância, o dinheiro foi pouco. Quando cresci, foi o suficiente para dar suporte aos meus sonhos de casa própria, viagens, escola particular etc. Eu não acho tudo isso pouco, mas também não acho muito, acho suficiente. Neste momento, busco um emprego.
Nasci num lar humilde e meu pai sempre se esforçou para nos dar o básico. No entanto, ele tinha dificuldades para demonstrar seu afeto com abraços ou palavras carinhosas. Como minha mãe reclamava dele, isso doía em mim.
Depois de adulta, aproximei-me do meu pai, pudemos curar nossas distâncias, dar nossos abraços e, quando ele partiu para o céu em 2016, estávamos reconciliados. Que benção!
Na infância, eu tive falta do abraço do meu pai, do carinho dele, mas ainda bem que deu tempo de curar tudo isso. Hoje, apesar de buscar um emprego, nada me falta.
#MOD05