Perguntar-se qual o significado da palavra ajuda é um imperativo dentro dos estudos dos Saberes Sistêmicos e principalmente para quem deseja qualificar a sua formação como constelador(a).
Uma coleção de palavras pode vir à consciência para esclarecer o assunto, como contribuir, facilitar, favorecer outras pessoas, ou a si mesmo.
E isso sempre envolve uma ação para tornar isso possível, qual modo de abordagem, como identificar a necessidade essencial e também como perceber a adequação da oferta de ajuda diante da autonomia e contexto do outro, na sua busca.
A leitura do livro de Bert Hellinger (2005) “Ordens da ajuda” é indispensável para quem deseja exercer a ajuda em qualquer campo da vida humana. O pressuposto da ajuda como compensação é explicado bem no início, porque somos interdependentes no tomar e dar ajuda.
As ordens da ajuda são cinco. A primeira, nos mostra que só é possível dar o que se tem e o outro tome apenas aquilo de que necessita.
A segunda ordem da ajuda indica humildade e submissão do ajudante às situações externas e ou internas que pertencem aquele que procura a ajuda. A recomendação é restringir interferências na medida do respeito ao destino do outro, sem querer mudá-lo.
A terceira ordem da ajuda define que o ajudante se mantenha no seu lugar de adulto diante de outro adulto que busca sua ajuda. O alerta de desordem é dado diante da possibilidade de transferência de papéis de pais e filhos, na relação terapêutica.
Na quarta ordem de ajuda diz que é preciso reconhecer a importância do sistema familiar do cliente e inclusão de todos os ancestrais, vistos e não vistos, que sejam honrados e respeitados pelo simples fato de seu pertencimento sistêmico.
A quinta ordem da ajuda considera a reconciliação de todos os membros da família, principalmente pai e mãe. O principal movimento aqui é aceitar as diferenças, sem julgamentos, abrir o coração da ajuda numa aceitação amorosa, dando lugar a todos que pertencem a esse sistema familiar.
As indicações das ordens de ajuda são complementadas por conhecimentos importantes, como o exercício de observação, percepção, compreensão, intuição, sintonia.
A observação é detalhista; a percepção é abrangente; a compreensão articula a observação e a percepção para atribuir significado; a intuição prevê, é instantânea, vai além do conhecimento racional; a sintonia dá correspondência, numa relação de proximidade e harmonia com o outro, no sentido de entender comportamentos desde suas origens, limites, possibilidades e consequências.
Além desses esclarecimentos norteadores, o livro de Hellinger enriquece nosso conhecimento através de múltiplos relatos de aplicações desses Saberes Sistêmicos em diferentes locais do mundo, onde aconteceram treinamentos e palestras. Reconheço essa magnífica contribuição e trago minha gratidão por mais esse estudo.
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