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ORDENS DA AJUDA E O ARQUÉTIPO DO CURADOR

ORDENS DA AJUDA E O ARQUÉTIPO DO CURADOR
Carla Duran
jun. 20 - 10 min de leitura
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Este módulo 8 foi para mim um dos maiores paradoxos que precisei e que ainda preciso desconstruir: meu arquétipo de Curador Ferido e a visão que tenho do ajudar e ser ajudado.

Logo no início da aula, já precisei refletir no que a mestra traz e usar de mecanismos para não travar o meu entendimento:  

“Você só pode oferecer aquilo que tem; Só pode oferecer aquilo que o outro necessita; tomar a realidade como ela é e só posso tomar e pedir aquilo que necessito; tratar os outros como adulto; só posso ajudar quando eu der a mim e ao meu sistema tudo o que ocorreu um lugar no coração. ”


A vida inteira somos treinados a fazer sempre o melhor, sempre a dar mais, corresponder mais. E nisso acabamos oferecendo aquilo que nem temos, oferecemos aquilo que acreditamos ter apenas e com essa entrega desproporcional vem os desequilíbrios.

Fomos criados desde a infância a sermos bonzinhos, a sempre oferecer a outra face, e acreditamos piamente que estamos fazendo o bem.  Eu sempre pensei que para fazer o bem, precisava dar cada vez mais, tanto que me envolvi em obras caritativas, tive experiência de vida em comunidade Religiosa Católica, servia na igreja, nos grupos e na minha atuação na área de Recursos Humanos sempre com a extrema necessidade de fazer. Se não fizer não me sinto completa, e mesmo fazendo, não me completo.

Nunca pensei que não seria atendida naquilo que tanto pedia em minhas orações por não necessitar daquilo. Pensava eu que era porque não era para ser meu, que era da vontade de Deus ou por estar presa no meu vitimismo mesmo.

Até antes desta aula, acreditava na minha capacidade de julgamento de que realmente via as pessoas como adultas, capazes. Mas só de constatar meu movimento do querer ajudar a qualquer custo, me colocando na posição de ser sempre a GRANDE, A CAPAZ, A MELHOR, acabei subjugando os demais. Percebi que queria ter o controle e a razão de tudo e que a forma como eu conduzia era a melhor, desprezando assim a individualidade que estava ali na minha frente. Presunção pura!

Nesta ânsia por fazer, não queria sentir as dores que sinto, nem ver as dissonâncias no meu sistema e nas pessoas ao redor. Minha incapacidade de olhar o sofrimento humano me fazia querer tirar a todos do sofrimento, e nisso me deparei com o arquétipo de curador e curador ferido.

Ah mestra Olinda Guedes hein? Que patrola de amor você tem para conduzir seus alunos! Precisa e cirúrgica, veio tirando os véus que eu carregava da minha visão. Como no Evangelho, foi me sendo feito o convite tire a trava do teu olho filha minha... 

Antes de continuar um pouco mais nas Ordens da Ajuda, alguns esclarecimentos quanto ao arquétipo do curador:

Suas virtudes são Cura, caridade, esperança e benevolência.
Características do Arquétipo: O Arquétipo do Curador representa a capacidade que todos têm de curar, seja a si mesmo, outras pessoas, outros seres vivos e o planeta; curar no sentido de devolver o equilíbrio necessário para que o próprio organismo doente se regenere e se cure.
Do ponto de vista holístico da vida, ninguém cura ninguém. A doença, seja física ou mental acontece quando o organismo se desconecta parcialmente de sua Essência, que é constituída de amor, alegria, luz e consciência.
Quando essa conexão é refeita, seus corpos sutis (energético, mental e espiritual) se organizam e enviam energia mais limpa e melhores informações ao corpo físico. 
O corpo tem sabedoria para se curar e quando tem as informações corretas é capaz de se regenerar.
O Curador é aquele que catalisa a cura, que facilita essa reconexão. Isso acontece pois leva amor, alegria, paz e harmonia por onde passa. Despertam a esperança onde antes havia tristeza.
O Curador facilita a cura do outro porque já curou suas feridas. Tem a capacidade de ajudar as pessoas a transformar a dor em processo de cura e sabe canalizar suas energias para produzir transformações emocionais, físicas, mentais e espirituais.
Esse arquétipo nos lembra que todas as respostas estão dentro de nós, assim como a nossa cura. Quando fazemos as perguntas certas e ouvimos as respostas que a vida nos dá, através da intuição e das sincronicidades, tudo passa a fluir melhor. Só então a cura acontece.
O Curador simboliza a confiança na vida, a esperança de um mundo melhor para todos. Por essa razão, nos convida a entrar em harmonia com as forças da natureza e cuidar do meio ambiente; a ajudar aos outros e nos doarmos ao máximo, pois é nutrindo o mundo que seremos nutridos.

 Fonte: https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:X2L4QC6vs28J:https://www.artetipos.com/arquetipo-curador+&cd=16&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br  

No saber sistêmico tem alguns escritos maravilhosos dos colegas a respeito do Arquétipo do Curador Ferido segue o link para estudo, vale muito a pena:
https://sabersistemico.com.br/florais-de-bach/quiron-o-curador-ferido-floral-centaury-2  

Este módulo ensina que nosso arquétipo de Curador e nossa missão de terapeuta só pode encontrar êxito se estiver em equilíbrio. 

Voltemos às Ordens da Ajuda. Nossa mestra traz brilhantemente neste módulo a métrica para nós futuros terapeutas e terapeutas conduzirmos nossas vidas e nossos atendimentos. E percebi isto não só na aplicação terapêutica, fez todo sentido em minha caminhada como Profissional de Recursos Humanos pois justifica todos os casos em que eu não tive êxito, em que não consegui desenvolver, treinar, motivar, engajar e reter na equipe determinados colaboradores. As Leis da Ajuda também refletem no ambiente organizacional.

1ª Ordem: Só posso oferecer aquilo que tenho. Só posso receber somente aquilo que necessito. Só posso oferecer aquilo que tenho e que o outro necessita. Terapeuta nenhum, pessoa nenhuma no mundo tem o poder de mudar o outro. Só posso contribuir com o processo de cura alheio quanto curo em mim aquilo que precisa. Só dou aquilo que desenvolvi em mim. E só vem até a mim aqueles que precisam daquilo que tenho ou que já foi curado.


2ª Ordem: tomar a realidade como ela é. Considerar as circunstâncias, não apenas aquilo que estamos vendo ou ouvindo. Enquanto terapeutas, não cabe apenas ouvir as queixas do cliente, temos que ter o olhar para além do aparente, para todo o entorno e o sistema familiar, o contexto vivido, e aí sim chegamos a solução de cura.


3ª Ordem: tratar o outro como adulto. Só um adulto pode ajudar outro adulto. Apenas dois iguais, podem se ajudar. Quando olho o outro como menor, como pequeno, estou sendo presunçoso, melhor que ele, e assim julgo, mesmo que não intencionalmente. E neste ponto em desequilíbrio não há como se estabelecer uma relação entre terapeuta e cliente e assim a terapia não avança.

4ª Ordem: quando ouvir a queixa do cliente não considere só o aqui e agora. Todo o sistema do cliente deve ser considerado, não apenas o fato presente. Existe uma história por trás de tudo e nesta história estão os elementos para a cura, para a solução dos conflitos. “Deve-se colocar ao lado de quem seu cliente está criticando, tendo uma queixa”. Isso não é desmerecer ou desprezar o cliente, porque do lado dele você já está, mas lembremos que a moeda tem dois lados e ter essa visão é desenvolver um olhar sistêmico diante da vida.

5ª Ordem: você só pode ajudar alguém quando der a essa pessoa ao seu sistema um bom lugar ao seu coração.  A mestra ensina que terapeuta não é Deus. Tem aspectos que o cliente traz que ressoa no terapeuta. E o terapeuta deve lardear com a verdade e ser honesto, se não consegue atender, não atenda. Deve ser dado um lugar ao coração do terapeuta, para que não haja julgamentos. Com julgamentos não há processo terapêutico. Por isso a importância do terapeuta passar por terapias, curar a si e seu sistema e reconhecer seus limites. Se não consigo perdoar um abusador, não posso atender um cliente abusador. Simples! Forçar-se a atender casos em que não se está pronto a isso só traz dor e sofrimento ao terapeuta e ao cliente.

"Como ajudantes, temos a ideia de que devemos, a qualquer preço, manter uma pessoa viva e ajudá-la a ter uma vida feliz. Entretanto, ela está entregue a outras forças, diante das quais nossos esforços fracassam. Ao invés de nos vermos diante da pessoa que busca ou necessita da nossa ajuda, olhamos para além dela. De repente, sentimos que há outras forças em ação, que são maiores que nós. Aí nos acalmamos.. Muitas vezes, também conseguimos olhar de outra maneira para a criança, sem preocupações." Bert Hellinger.

Este módulo todo nos faz refletir na nossa postura quanto seres humanos até. E depois de ter me deparado com todos esses aspectos em mim pude de fato perceber o quão ainda não estou pronta para atender terapeuticamente. Foi necessário olhar para essas questões em mim e ver que ainda é preciso muito para caminhar, é preciso muito incluir, acolher e aceitar.

As ordens da ajuda me fizeram e fazem aceitar a cada dia a passar pelo processo terapêutico sistêmico. Fez reconhecer em mim meus limites e agora, mais fortalecida, posso ousar a sonhar em ser terapeuta sistêmica.

Gratidão mestra Olinda e toda equipe e colegas, por caminhar comigo neste mergulho em busca de mim mesma!
 

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