Olá, Olinda Guedes e nobres colegas!
Uma cliente de massagem reparentalizadora veio com uma dúvida.
Ela relata que foi criada pela mãe biológica até os 7 anos e foi muito amada.
Após isso ouve separação dos casal e a madrasta tomou conta da menina, também com muito carinho e afetividade até hoje.
A mãe continuou com a presença de mãe.
A cliente, que hoje está com 26 anos, chama as duas de mãe e tem amor e carinho pelas duas.
Ela procurou uma terapeuta, que não é sistêmica, por algum motivo antes de vir me procurar para a massagem. Essa terapeuta disse que ela não podia chamar a madrasta de mãe, pois estaria tirando sua própria força da mãe biológica.
Ela me disse que não consegue, que no coração dela as duas são mães.
Ela estava muito confusa e aflita.
Fez a massagem reparentalizadora, e eu a orientei para que seguisse seu coração; eu lhe disse que ela é uma pessoa privilegiada por ter duas pessoas especiais.
- Estou certa?
- Poderia ter orientado melhor?
Estou no começo das aulas de constelação real. Estimada Estudante Real!
Sim, você orientou corretamente. Estou orgulhosa de você e de sua postura real / sistêmica. Você já deve ter ouvido falar que quando o aluno sabe bem é mérito do professor e quando não sabe também o professor precisa rever sua metodologia, sua didática, sua pedagogia.
Bem, voltando ao assunto: é isto mesmo!
Podemos e devemos dar um lugar no coração para todas as mães e pais que tivermos. A visão das constelações sistêmicas tomadas de forma mecanicista que "mãe é uma só" é um movimento de exclusão, de invalidação dos vínculos tão importantes de amor parental recebidos de forma generosa por alguns viventes.
Mãe é toda pessoa que de forma generosa, inclusiva e funcional é guardiã de uma vida, protege e ampara e faz crescer, conduzindo à autonomia. Isto é ser mãe.
Parabéns à sua cliente, privilegiada pela vida em ter duas mães.
Inclusive até onde sei, a legislação já está bastante sistêmica permitindo a inclusão de mais que duas pessoas no registro de nascimento no item filiação.
Eu adoro isto!
Vou confidenciar um sentimento: tenho a impressão que pode até incluir sobrenomes no registro civil, de forma simbólica, declarando seu pertencimento e seu bom lugar aqueles que ocuparam lugar tão importante, tirando e curando da orfandade.