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OS SONHOS

OS SONHOS
Ketty Ana Odorizzi Ramalho
mai. 11 - 8 min de leitura
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Ketty Ana Odorizzi Ramalho

 Os significados dos sonhos para Car Gustav Jung.

Pensar que os sonhos possuem significado é uma tese ousada.

Na Antiguidade, muitos povos pensavam que o sonho tinha significado e algumas pessoas especiais, como profetas ou sacerdotes, tinham a habilidade de transcrever a mensagem em uma linguagem compreensível.

Com o surgimento da ciência moderna, a nossa cultura ocidental foi cada vez mais desvalorizando esta tese. O sonho se transformou em banalidade e num absurdo, em algo sem lógica e sem sentido.

Apenas com a obra de Freud, A Interpretação dos Sonhos, os sonhos voltaram a ganhar importância no conhecimento que cada sujeito tem de si mesmo. Ainda assim, muitas e muitas pessoas continuam acreditando que os sonhos não fazem sentido, descartando a relevância dos sonhos, pois dizem que não conseguem se lembrar do que sonham e chegam até duvidar de que sonham.

A verdade, cientificamente comprovada, é de que todos nós sonhamos. Apenas não conseguimos nos lembrar de todos os sonhos ou se conseguimos ao longo do dia, vamos nos esquecendo, com a continuidade da atividade consciente.

Para Jung, “O sonho é um fenômeno natural”. Não é fruto de uma intenção. Não podemos explicá-lo a partir de uma psicologia que provém da consciência.

Trata-se de um modo específico de funcionamento que não depende da vontade e do desejo, da intenção ou do objetivo do Eu Humano. É um acontecimento não intencional, assim como todos os acontecimentos da natureza” (JUNG, 2011, p. 16).

Jung, ao longo de sua carreira, encontrou quatro tipos de significados para os sonhos:

1º - O sonho representa a reação inconsciente frente a uma situação consciente. Uma determinada situação consciente é seguida por uma reação do inconsciente na forma de um sonho, trazendo conteúdos que – de modo complementar ou compensatório – apontam claramente para uma impressão que se obteve durante o dia. É evidente que o sonho jamais teria se formado na ausência de determinada impressão obtida no dia anterior;

2º - O sonho representa uma situação que é fruto de um conflito entre consciente e inconsciente. Nesse caso, não existe uma situação consciente que pode, em maior ou menor grau, ser responsabilizada pelo mesmo, e sim, lidamos aqui com certa espontaneidade do inconsciente.

O inconsciente acrescenta a uma determinada situação consciente uma outra situação, a qual difere de tal modo da situação consciente que se forma um conflito entre ambas;

3º - O sonho representa a tendência do inconsciente, cujo objetivo é uma modificação da atitude consciente. Nesse caso, a posição oposta assumida pelo inconsciente é mais forte do que a posição consciente: o sonho representa um declive, que se origina no inconsciente e vai em direção à consciência.

Trata-se de sonhos especialmente significativos. Podem transformar alguém que assume uma determinada atitude por inteiro;

4º - O sonho representa processos inconscientes que não evidenciam uma relação com a situação consciente. Sonhos dessa espécie são muito peculiares e, devido ao seu caráter estranho, não podem ser interpretados facilmente. O sonhador se admira tanto por sonhar algo assim, pois nem mesmo uma relação condicional pode ser estabelecida.

Trata-se de um produto espontâneo do inconsciente que porta toda a atividade e é altamente significativo. São sonhos imponentes. Sonhos que os primitivos designam de “sonhos grandes”. São de natureza oracular, “somnia a deo missa” (sonhos enviados por Deus). São experimentados como uma iluminação (JUNG, 2011, p. 18).

Sendo assim, podemos falar de quatro tipos de sonhos, de acordo com a relação consciente e inconsciente. O primeiro sonho indica um tipo de sonho tipicamente consciente, de um evento ou situação do dia anterior. O segundo advém de um conflito entre a posição consciente e a posição do inconsciente.

O terceiro tipo de sonho significa conteúdos inconscientes, os quais interferem na consciência, a fim de modificá-la. E o quarto tipo que são os sonhos raros – chamados de “grandes sonhos” – e que servem de orientação para toda uma fase da personalidade. Incluem-se aqui os sonhos de infância e os sonhos decisivos.

Na verdade o sonho é uma manifestação criativa da psique que significa alma. É no sonho que há o encontro entre mente inconsciente e consciente, e, transcende os meros cinco sentidos (audição, visão, tato, olfato, paladar), os quais podem vir de forma simbólica e numa linguagem própria, revelar questões da personalidade que precisam ser trabalhadas.

Vale lembrar que nossa personalidade funciona a longo prazo. Na fábrica da psique (alma), o pessoal do turno da noite já trabalha em função da linha de produção do dia seguinte. Se a produção não estiver bem encadeada, o pátio fica cheio, os caminhões não pegam o carregamento, tudo funciona atrapalhado.

Nós estamos acostumados a trabalhar só com o turno do dia, da vigília, da consciência. Não estamos acostumados a trabalhar com o turno da noite, mas, para uma produção coerente, é preciso interligar os dois turnos. Muita coisa pode ser perdida no turno do dia porque não foi coordenada com o turno da noite.

Assim, o significado do sonho funciona noite e dia, independente de nossa atenção.

Os sonhos são como manifestações da natureza, carregados de sinais em relação ao seu passado, presente e ao futuro de nossas vidas. É através dele que a nossa vida e história se constroem nos dias em que estamos acordados e nas noites em que dormimos e sonhamos.

A psique diurna, consciente, e a psique noturna, inconsciente, apesar de diferentes, se completam para o todo que somos. Por meio dos sonhos estabelecemos uma comunicação com esse lado noturno, em geral desconhecido, mas não menos vivo e atuante.

Sendo assim, os sonhos são um retrato vivo das nossas emoções mais profundas e nos revela o exato momento da alma (pensamento, sentimento, vontade, desejo). É através do sonho que você fica sabendo como está seu mundo interno para aquele dia.

Por exemplo: Um sonho com muita agressividade fala que algo dentro de você está tenso. Um sonho com pancadaria diz que há dentro de você forças em conflito. Um sonho com fatos agressivos, independentemente de qualquer interpretação, anuncia que dentro de nós há forças em grande tensão.

Da mesma forma, sonhos acerca de acontecimentos dolorosos que se repetem representam uma tentativa de assimilar aquele acontecimento. Assim, depois de uma separação, é comum sonhar muitas vezes com a despedida daquela pessoa.

Depois de uma morte, a mesma coisa. Sinal de que é preciso reviver a emoção doída para se distanciar e passar a lidar com a lembrança e a emoção ligada a essa pessoa que se foi.

Portanto, o significado dos sonhos, podem dizer respeito ao momento atual em que está vivendo, seja casamento, família, trabalho ou estudos, enfim questões referentes a sua vida.

O importante é saber que tais conteúdos foram trazidos a você naquela noite e que sua alma naquele momento, está com aquelas emoções, para você ficar ligado à sua vida através daquilo que você realmente é, e, nos fornecem quase que diariamente nossos mais profundos estados de espírito.

Eles são mensageiros importantes do nosso mundo íntimo, da nossa profundidade e se você der atenção a eles, vai estar sempre a par de sua vida psíquica.

Mas qual o significado dos sonhos?

Só perguntando a ele através do significado que usou. E para isso é preciso entrar em contato direto com o símbolo, a fim de ver como ele foi usado unicamente para você naquele momento de vida.

Então vemos que, se você interpreta o símbolo através de um manual qualquer, arrisca-se a tirá-lo de seu contexto único e a associá-lo a um outro caso já estudado.

E por que e para que sonhamos?

Os sonhos são imprescindíveis para a saúde mental, já que equilibram a alma e corpo. São eles que fazem uma síntese, preenchendo espaços vazios da consciência que precisam ser completados, dando-nos uma visão mais ampla da realidade.

Desta maneira, o sonho é tão fundamental quanto, digamos, comer.

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