A vida é um grande movimento constelatório. (Olinda Guedes, in Aula 3 do Bônus II – Orientação Sistêmica – Constelação na Água, de 14.10.2020, Plataforma Saber Sistêmico)
O quê é Constelar, Olinda?
– Constelar é COMPLETAR!; ela responde.
Na poética palavra ressuma a grandeza da definição: a vida é um grande movimento, em cujos vértices constelatórios surge a possibilidade da completude que cura a doença, a carência, a dor e a solidão.
Apenas quem já experimentou a fome de pertencimento pode compreender o que implica a escolha desse verbo!
Palavras...
Palavras pensadas e não ditas
Palavras ditas, ouvidas e não sentidas
Palavras escritas e não lidas
Palavras escritas, lidas e perdidas
Palavras que fizeram perder e que nunca mais se achou quem as escreveu, disse ou pensou
Palavras que escondem e palavras que revelam
Palavras que acusam e palavras que defendem
Palavras que aprisionam e palavras que libertam
Palavras que reduzem e palavras que ampliam
Palavras que maldizem e palavras que abençoam
Palavras que esvaziam e palavras que repletam
Palavras em prosa e palavras em verso, no sucessivo discursar da vida
Palavras que selam um destino e palavras que podem reescrever o roteiro já vivido (Márcia Campos)
Todas elas em um eterno e grande movimento, expressando exclusão, falta de acolhimento, ingratidão e confusão, mas que também podem promover empoderamento, fortalecimento, impulsionamento, segurança e liberdade, colocando ordem, reconhecendo pertencimento, gerando equilíbrio e reconciliação.
‘Eu vejo você!’
‘Eu escuto você!’
‘Eu sinto muito!’
‘O seu destino é seu e eu tenho o meu próprio destino!’
‘Não há mais risco nem perigo!’
‘Já passou!’
‘Tudo foi como devia ter sido!’
‘Eu fico!’
‘Agora eu sei!’
‘Agora eu posso!’
‘O essencial eu já recebi!’
‘Gratidão!’
‘Eu digo sim!’
‘Eu concordo!’
‘Agora eu o(a) tomo como meu(minha) pai(mãe)!’
‘Por favor, me tome como seu(sua) filho(a)!’
‘Eu sou o(a) pequeno(a) e você é o(a) grande!’
‘Por favor, me abençoe!’
Palavras pensadas, ditas, escritas e, finalmente, sentidas. Sem perdas e que completam.
Então Olinda diz: - É sempre tempo para curar a orfandade dentro da gente.
A sua voz, na meditação, vai conduzindo com mão suave, mas firme e segura, levando aos meandros da alma solitária e triste que não entende que o singelo a completa e a liberta; porém, agora, tudo pode ser esclarecido e a alegria pode finalmente ecoar beneficamente no sistema que lhe partilhava a agonia.
São palavras, apenas palavras que, felizmente, reconciliam. Apenas palavras que outrora, como outras tantas simples palavras, separou, excluiu e magoou.
Palavras...