Meu querido e amado papai Elpidio Rodrigues Garcia não pensava só nele e sim em ajudar os outros. Sempre gostou de dar conselhos e fazer o que podia sendo útil ao próximo.
Quando éramos crianças meus pais queriam ter uma casa própria, já eu e meus irmãos sonhávamos em ter uma bicicleta, mas éramos oito filhos e mesmo para comprar uma não era fácil, pois só papai trabalhava e ele falava que um dia ia poder comprar para a gente e tínhamos que compartilhar para todos usarem.
Numa época, perto do natal, um senhor que vendia bilhetes de loteria ofereceu ao meu papai. Ele olhou, pensou, pois era bem calmo, assim foi oferecido a outras pessoas e ele voltou para perto do papai, e disse: Elpídio compra. E assim meu pai ficou com a cartela com vinte bilhetes.
Passados uns dias, o Sr. Pedro veio em casa e disse à minha mamãe que queria receber do bilhete e falou o valor. Como era alto ela assustou: como vamos arrumar? E logo papai chegou, estava com o dinheiro e fez o acerto.
Papai sempre no desejo de ajudar ao próximo, com toda calma, pediu para mamãe sentar e explicou dizendo que sentiu naquela cartela de bilhete poder ter a nossa casa e ajudar os amigos que tinham família e também queriam uma casa própria, e assim fez e os amigos compraram um ou dois bilhetes.
Mais tarde, o Sr. Pedro voltou e disse que o bilhete deu no primeiro prêmio. Quanta alegria! Já tinham outros amigos em frente a nossa casa para festejar. Assim todos tivemos a nossa casa e duas bicicletas, e outros também puderam ter uma casa.
Passado uns dois anos meu papai fez a passagem. A casa que comprou tinha um comércio na frente e mamãe foi sábia em ir melhorando, transformou num minimercado, e dessa forma criou e estudou os oito filhos; foi nesse lugar que mamãe morou até 17 de julho de 2021, quando fez sua passagem.
Gratidão papai e mamãe pela vida, ensinamentos, carinho e por me orientar sobre como podemos ajudar as pessoas.