Durante o módulo 8 tive algumas percepções bastante interessantes, especialmente sobre mim.
A gramática das constelações representam, de fato, o inconsciente da família. Isto porque, percebi padrões do meu sistema familiar através das repetições inconscientes de minha família.
Eu sempre fui uma criança bastante faladora. Por sinal, as minhas duas avós também adoram uma prosa. No entanto, ao longo da vida, deparei-me com certa ansiedade na fala, como se eu não tivesse tempo suficiente para falar tudo aquilo que eu desejo ou como se surgissem os fatos de maneira desordenada na minha mente.
Recordei-me, então, que quando criança o meu pai dizia: “fala logo, vai direto ao assunto!” e essa reprimenda dele, de certa forma, afetou a minha expressão, pois sentia que não precisava falar as coisas, entendia que as pessoas iriam presumir aquilo que eu estava sentido, como num passe de mágica. Assim, por anos eu deixei de falar aquilo que eu sentia e sofri muito com amigdalite e dores de garganta.
Com o passar do tempo, percebi que a minha mãe também não me deixava falar. Ela saía ainda muito cedo para trabalhar, pois precisava pegar transporte, então voltava somente no tardar do dia. Recordo que quando ela chegava eu queria contar-lhe sobre o meu dia. No entanto, ela me falava: “filha, por favor, para de falar! A mamãe está cansada”. Compreendo hoje, analisando o passado, que ela realmente estava cansada. Passava o dia todo dando aula, ouvindo crianças. Chegava às 17 horas e tinha pouco tempo para retornar à escola. Ela vivia exausta.
O papai, por sua vez, passava semanas viajando, quando retornava, também estava cansado.
Por isso, notei o quanto eu “pranteio” hoje em dia. Até mesmo nas petições dos processos, sinto que sempre posso falar mais.
Além disso, constatei padrões financeiros da minha vida e de meus antepassados, pois sempre questiono “quanto custa?”. Nunca compro nada sem antes analisar o preço. E, realmente, por muitos anos eu fui órfão de figura paterna.
No decorrer do módulo tive outra grande percepção. Na minha opinião, a maior delas.
Há 5 anos eu tive um aborto espontâneo. Na época, foi apenas um acontecimento isolado, não dei importância e tampouco reconhecimento a este bebê. Ocorre que, na aula 3 deste módulo, Olinda mencionou a seguinte frase: “agora eu vejo você” quando há exclusão e necessidade de compensação no sistema. No mesmo instante, deparei-me com a cena de 5 anos atrás e entendi que eu precisava reconhecer o (a) meu (minha) filho (a). Assim o fiz. Reconheci de alma, profunda e verdadeiramente.
Então, depois de sentir fortes dores no meu ventre o dia inteiro, senti ao final do dia que poderia respirar aliviada. Como se aquela parte que “faltava” na minha vida agora estivesse preenchida.
Meu coração ficou em paz. A minha alma finalmente se tranquilizou. Agora sinto que consigo respirar.
Só tenho a agradecer.