Percebo como o sintoma que mais me afeta nos últimos anos (ou talvez desde sempre) é a insônia.
E vejo também que ela já afeta a minha filha, algo que muitos pais, avós, pediatras, e até pessoas sem filhos e sem experiência com crianças considera "normal", já que ela tem apenas 1 ano e meio. Criança dessa idade acorda de madrugada mesmo, chora mesmo... e lá se vai a insônia para debaixo do tapete.
Ainda assim, incomoda-me ao ponto de me deixar com raiva.
Por vezes, demoro a notar que a raiva não é dela, ou de mim, ou da própria insônia, mas sim, de não conseguir entender, não conseguir ver o que se passa, ou o que se passou nas gerações anteriores para que esse sintoma se manifeste. E, até notar, brigo com ela, brigo comigo, brigo com o sono, com a cama e o travesseiro, e lá se foram 3 horas preciosas de descanso.
Fiz um exercício - mostrado na foto - onde fui colocando todas as gerações passadas, da maneira que "pulavam" na minha mão, até sentir que estava na hora de parar, não sei se porque foi suficiente, ou porque não é permitido ainda ir mais além.
São 6 gerações atrás de mim, 7 atrás de minha filha. Muitas crianças, pequenas crianças, chorando, feridas, sem acalanto, sem colo. Infâncias roubadas ou interrompidas.
Foi o que senti. É um peso muito grande para suportar.
Ao mesmo tempo em que quero acolher o sintoma, não sei como fazê-lo. Ao mesmo tempo em que quero olhar para essas crianças e dizer a elas que estão protegidas e que podem dormir bem, sinto-me cansada, tenho raiva da noite.
Houve contribuições da minha filha no final do processo e fui deixando ela brincar, mesmo sem ver muito sentido. A única coisa que me chamou atenção é que ela retirou o pai dela, realmente ele parece dormir muito bem e não ter nada a ver com isso!
Como olhar com amor para um sintoma que traz tanta raiva?
Resposta: “Constelando, amada”.
Como acolher algo que não encontro explicação?
Resposta: “Amada, não vejo outro modo de fazer isto a não ser por meio de terapia constelatória. Talvez 3 ou 4 sessões sejam mesmo suficientes”.
Algo que a própria tentativa de diminuir o cansaço me deixa cansada?
Resposta: “Isto são claramente memórias transgeracionais de sobrecarga, amada. Será que poderia passar uma ou duas semanas na casa de seus pais para ser cuidada? Como se fosse um retiro de restauração de energia. Só se ocupar do mínimo, poder descansar, dormir, cantar, caminhar, fazer o que quiser.. entende? Ter uma alimentação apropriada com bastante sopas, caldinhos, proteínas, castanhas. Coisas para fortalecer mesmo sua energia vital.
Certamente isto ajudaria muitíssimo.
Mantenha-me informada, minha querida.
Um abraço com flores e especiarias!”
Olinda Guedes
Falei com minha mãe.
Minha mãe já está preparada para me receber! Gratidão!