Hoje foi um dia de graças em minha vida. As Constelações Épicas com a mestra Olinda Guedes me oportunizaram enxergar coisas que via e não compreendia.
Nossos pais geraram 17 filhos, 12 nascidos, 3 nascidos e falecidos horas depois do parto e 2 abortos espontâneos. Essa prole foi criada muitas vezes com meu pai, homem maravilhoso, distante em decorrência do seu trabalho. Viajar era necessário para sustentar uma família numerosa e minha mãe por essa razão fazia o seu papel e supria também em nós a figura paterna.
Nesse duplo papel as vezes era como galinha que colocava os pintinhos debaixo das asas, mas, era leão quando precisava dar ordens para sete homens e cinco mulheres. Nessa grande família presenciei muito pequena a perda de 4 irmãos mais novos que eu, um gêmeo já havia nascido e falecido antes de eu nascer. Lembro que a casa ficava como um deserto não se dizia nada e não se falava em nada. A minha mãe ficava sem a barriga, mas o bebê não chegava.
Ela não chorava em nossa frente, porém a via escondida muitas vezes após estes acontecimentos em prantos lá no quarto. Esses filhos eram rezados por ela, mas nunca nos foram apresentados. Hoje chorei muito e vi que eles estavam os cinco cantando uma ciranda de roda. “Ciranda, cirandinha vamos todos cirandar, vamos dar a meia volta. Volta e meia vamos dar. ” Fiquei impressionada!
Vi a minha mãe hoje já falecida com eles, sentada em uma cadeira de palhinha. A cena era tão épica, maravilhosa e sublime que sei minha mãe estava dizendo para mim e meus irmãos que aquelas crianças estavam bem e que eles eram nossos irmãos. Agora eu os vejo!
A divindade trazida hoje nas Constelações por meio das orações cânticos e as reflexões da professora me fez ver “Além do Aparente”. Só gratidão Mestra Olinda!
As pétalas caindo na cena das crianças cantando significaram para mim a compreensão de episódios já vividos. Percebi, que havia uma relação entre os meus irmãos não vistos até hoje e a minha recusa em usar peruca ou lenço de cabelo quando a 21 anos atrás fiz uma cirurgia de cabeça. No momento do depoimento trazido por uma aluna sobre Alopecia areata, doença inflamatória que provoca a queda de cabelo, compreendi que naquele tempo eu optar por ficar de cabeça raspada sem ter vergonha de me expor era os meus irmãos dizendo que podemos ser enxergados sempre que nos propomos a ser vistos do jeito que somos até com ou sem corpo físico.
Jesus eu sei que hoje deixastes cair pétalas em minha vida.
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