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POEMA AOS MEUS ANTEPASSADOS

POEMA AOS MEUS ANTEPASSADOS
Cintia Cristina Silva Rossi
jun. 17 - 3 min de leitura
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Queridos antepassados,

Certo dia cheguei a pensar

que o passado era algo bem distante,

praticamente um lugar impossível de estar.

 

Mas, quando comecei a constelar

compreendi, através do sentir,

que tudo e todos estavam bem aqui,

dentro de mim.

 

Agora posso te ver

no retrato de um soldado,

que marcha sem sentido,

com o seu coração endurecido,

preso numa grande ilusão.

 

Posso te encontrar

naquele olhar

que busca o grande amor

que ficou para trás,

naquele coração partido,

feito uma lasca de caco de vidro,

escondida em minhas mãos,

nas linhas de um fluxo de amor interrompido.

 

Posso te ouvir

no grito dos oprimidos,

no lamento dos fracassados,

no gemido dos inocentes,

no soluço dos esquecidos,

na dor do parto,

daquelas que pariram a vida,

mas não souberam viver.

 

Sou capaz de te reconhecer

nas lágrimas secas da ignorância,

no vazio da mendicância,

no suor da arrogância,

daqueles que acreditaram ter o seu lugar,

mas se esqueceram de ouvir a alma.

 

Posso até engolir o choro,

mas quando vem o nó na garganta,

fecho os olhos e vejo,

uma criança ajoelhada nos grãos de milho

e várias marcas tatuadas de sangue na pele,

das duras varas de marmelo,

tiradas da árvore que ainda habita o meu jardim.

 

Posso te enxergar bem de longe esquecida,

atrás de frias montanhas

presa no gelo que te endureceu,

flutuando no gás que te emudeceu.

 

Pelas entranhas da vida,

você desapareceu,

sem saber o porquê de tudo,

o rumo do mundo,

dentro dos salões de gás.

 

Meu Deus! Isso eu não aguento mais!

Foram tantas vidas estraçalhadas,

tantas mulheres silenciadas,

tantas crianças espancadas!

 

(Silêncio)

 

Então sigo o fluxo

e navego com vocês no navio da esperança,

pelos mares das bem-aventuranças,

no sorriso de uma criança,

no alívio de quem se livrou da morte,

da escravidão e da prostituição.

 

Logo chega uma melodia,

regida pela vida,

no ritmo que toca o meu coração

e transforma tudo numa canção,

que fala sobre o amor

e os tempos de união.

 

Agora posso te sentir

no perfume de uma flor de jasmim,

que também compõe o meu jardim,

na coragem de um pedido de namoro,

que resgata o grande amor,

no cheiro do pão,

que acaba de sair do forno,

temperado com alecrim.

 

Também te vejo

na beleza da natureza,

nas cores de um saruê,

nas águas do mar,

no céu azul,

no reflexo do arco-íris,

dos olhos de Deus.

 

Posso te ouvir

no canto dos pássaros,

no refrão de uma canção,

nas gargalhadas de uma menina,

que sabe viver o hoje

carregando tudo isso.

 

Meu olhar é mais profundo

do que se possa imaginar.

E o meu coração, uma imensidão,

que abriga todos vocês,

bem no centro de mim.

Sinto muito, me perdoo,

honro a todos e cada detalhe.

Amo vocês!

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