Ah lembrei, é normal, muitos da minha família tem.
Dentro do módulo temas existenciais podemos ver várias dinâmicas por trás de diversos desafios, alguns achamos até normal. Falamos para nós mesmos: na família há vários com esse sintoma, está tudo bem ter dor de cabeça todo dia ou então azia, intestino preso e assim vai.
É importante sabermos que sintomas não são apenas aquilo que sinto através do meu corpo físico, mas sim, tudo aquilo que experimentamos de uma forma não saudável em nossa vida. Esses sintomas podem ser a pobreza, relacionamentos disfuncionais, falência e desequilíbrio nas diversas áreas da nossa vida.
Através dos sintomas e doenças posso estar expiando uma culpa ou julgamento e então pago através do sofrimento algo que fiz a alguém ou ainda pago algo que julguei.
Além disso os conflitos diários não resolvidos como o stress, a ansiedade, a mágoa, a raiva, o ressentimento podem desencadear sintomas e doenças para que olhemos e liberemos aquilo que estamos carregando sem necessidade. É preciso direcionar um olhar amoroso.
Além disso podemos experimentar a dinâmica do morro no teu lugar. Eu por você querida mamãe/papai/vovô. Há o eu sigo você na doença/morte.
Fazendo uma análise do meu sistema familiar, percebi várias disfunções que se repetem de geração em geração. Olhando diretamente para mim e familiares identifiquei que o hipotireoidismo que desenvolvi está na dinâmica do “ eu sigo você”. Por muito tempo me perguntei o porquê de eu ter desenvolvido, depois, por um tempo me senti bem, pois muitas pessoas da minha família tinham.
Então eu dizia: Na minha família é normal.
Trazendo a luz as informações tive a resposta: desafios na tireoide pode estar atrelado a separações dolorosas, seja por morte ou afastamento, ou então a pessoa passa por perigos ou decisões importantes.
Mudança de etapas na vida também podem desenvolver um hipotireoidismo eventual, a gravidez é um exemplo. Algumas mulheres desenvolvem apenas nesta fase e depois volta ao normal.
No meu caso, minha família por parte materna tem esse padrão. Minha mãe, tia, irmão, irmã, eu. Interessante que descobri quando eu tinha 25 anos. Dois anos antes havia passado por uma separação conjugal e após mudança de cidade, trabalho, foi uma mudança grande no rumo da minha vida.
No meu sistema minha avó perdeu a mãe aos seis anos, meus antepassados saíram da Itália deixando a pátria amada e também as pessoas que amavam. Memória transgeracional de separações, inquietude e mudança que foram ativadas quando experimentei algo similar. Por amor eu sigo vocês meus queridos ancestrais.
Já faz 15 anos que tomo o hormônio para complementar o que minha glândula não produz. Hoje eu olho com muito amor e respeito a história do meu sistema.
Tudo foi como foi, eu sinto muito que tenha sido assim, mas eu me coloco no meu lugar de pequena. Deixo com amor e humildade o que é deles é sigo apenas com o que é meu. Assim eu honro e reverencio a dor, o sofrimento, as separações que eles passaram sem precisar carregar em meu corpo ou então repetir padrões em meu caminhar.
Do meu lugar eu vejo vocês!
Aprendi que nem tudo que é tido como normal é necessariamente bom. Agora normal para mim é estar bem e com saúde. Qualquer coisa que fuja disso é necessário um olhar sistêmico em sua direção.