Quando a cliente N. (estou chamando-a assim para preservá-la) me contou sobre o seu tema e a história dos antepassados, percebi que ela sentia muita solidão.
A dor por ter quatro filhos não nascidos não havia sido validada.
Havia muito muito pranto guardado.
Da história dos ancestrais, dois aspectos me saltaram os olhos:
o tio materno, que havia sido assassinado quando ela tinha apenas 1 mês de vida.
o fato de a avó paterna, aos 28 anos, ter pensado em abortar o seu primeiro filho (o pai da cliente), pois ainda não estava casada e sofria preconceitos por parte da família de seu companheiro (avô da cliente).
Quando a cliente falou que a sua primeira gestação foi aos 28 anos, foi como se as palavras estivessem em negrito, pois ela tinha a mesma idade da avó paterna. Disse também que a relação com o pai era distante.
A cliente já tinha um lugar muito especial em meu coração.
A vontade de ajudar era grande, ainda mais através das constelações em grupo, que são tão sagradas.
Então, comecei a meditar sobre alguns dos representantes que poderiam estar na constelação, pois eu estava em dúvida.
Fiz um exercício sistêmico (com papéis com “sim e não”, obedecendo o movimento do meu corpo de se aproximar ou se afastar), perguntando ao campo se eu deveria ou não incluir o tio materno como representante para o tema da cliente.
A resposta do campo foi não.
Obedeci.
Durante a constelação, logo no início, ficou evidente que havia segredos.
Pensei em colocá-los como representante, mas não o fiz. Não sei o motivo que me levou a isso, mas foi o que aconteceu.
Havia muito sofrimento no campo e, no momento em que coloquei as primeiras músicas, os representantes não estavam abertos nem prontos para recebê-las. Precisavam sentir a dor não vivida.
Agora eu sei.
Eu também estava um tanto ansiosa, pois eram muitas informações que chegavam a mim ao mesmo tempo (da cliente, dos representantes, do chat, preocupações com o som das música).
Enfim, foi desafiador!
Mas, o campo informa.
O campo sempre informa.
Cabe a nós, estarmos atentos a ele.
Termos humildade diante dele.
Simples assim.
A entrada da raiva foi importantíssima.
Havia uma imensa dor no sistema por trás da raiva.
Havia revolta por tantos sofrimentos não vistos, não incluídos.
A entrada dos pais dos bebês também foi fundamental para olharmos para estes homens.
Outro momento lindo que me marcou foi quando uma das representantes dos filhos pediu para que fossem nomeados.
Foi tão lindo.
Gratidão.
Agora consigo agradecer com a devida reverência.
Tenho muito a aprender mestra Olinda e estou disposta a fazê-lo.
Sou tão grata pela oportunidade de trabalhar dessa maneira.
A minha alma toma conta do meu ser.
Sigo o movimento do meu espírito, no qual o ego se dissipa.
Agora, vou escrever as minhas dúvidas:
Eu deveria ter colocado um representante para os “segredos” e ou outro representante?
Foi efetivo não colocar o tio materno como representante respeitando o exercício sistêmico que eu havia feito?
O campo sentiu falta dele? (para mim, não)
Gratidão à Mestra Olinda, à cliente e a todos pelo sim!
Amada Ju!
Na dúvida sempre coloque um representante para aquele elemento. Na maioria das vezes este representante mostrará o elemento correto que ele sintoniza no decorrer da Constelação.
Parabéns por seu servir. Todos demonstraram muita alegria por seu trabalho.
Estou orgulhosa de nossa Terapeuta Real.
Um abraço feliz e florido
Olinda Guedes