He-man era um super-herói disfarçado em um rapaz tímido e que ninguém desconfiava que poderia se transformar em alguém tão poderoso.
Sempre fui encantada pelos seus feitos, não via a hora de chegar da escola para poder vê-lo.
Encontrar meu super-herói era algo que me fortalecia, uma figura masculina que faltava em minha vida e na vida de todas as mulheres do meu sistema.
Era lindo ver a forma como He-men protegia a sua família.
Observando mais a fundo percebo que ao lutar contra o mal, personagem que se chamava esqueleto, He-men lutava contra si próprio.
Aquele garotinho frágil buscava lá no fundo do seu íntimo a força para lutar contra seu próprios medos, suas próprias incertezas.
Precisava, por medo de represália dos pais, se disfarçar até para ser forte e corajoso.
Imagino o quanto era dolorido para ele não poder ser ele mesmo.
Havia dentro da história um duende que se chamava Gorpo.
Ele só aparecia no final para a moral da história.
Percebo que Gorpo representava as mulheres do meu sistema, uma figura que não tinha vez nem voz, aliás nem boca tinha , somente olhos e o restante do corpo era encoberto por tecido.
Imagino as mulheres sem poder se expressar, apenas observavam.
Mal sabiam os homens que era delas que viria a melhor solução.
Moral da história observada e digerida por elas é que faria o contexto ter solução.