Nesta semana, dia 23 de junho realizei minha primeira constelação em grupo através da plataforma zoom!
E para compartilhar esta experiência eu resolvi fazer um poema, afinal, a arte salva vidas!
No nosso sistema familiar sempre temos algo para olhar, para compartilhar…
Certa vez uma mãe tentava amamentar seu filho que estava tão faminto, mas não conseguia… devido às situações da vida, ou da falta delas…
Esta mãe é uma antepassada.
Uma antepassada distante na cronologia dos dias, mas tão próxima em cada memória celular do sistema, agora no presente.
Uma antepassada que esperou por tantos anos para que sua história, sua dor, suas lágrimas fossem finalmente olhada, validada, amparada, enxugadas.
Dentro deste sistema havia tantos desequilíbrios, era possível perceber.
O feminino estava distante do masculino, o corpo estava desconectado da alma, o passado não tinha reconhecimento no presente, as crianças não eram vistas, a amargura da vida não dava lugar para doçura.
Muitos anos depois, uma mãe está presente diante de mim. Uma mãe que chora, pranteia e pede ajuda para seu filho tão pequenino que carrega o sintoma da diabetes.
O corpo mostra o que a alma sente.
Através da constelação, uma mãe olha para a outra mãe, uma descendente olhando para sua antepassada, a distância do tempo que impediu de perceber o vazio tão grande, a dor tão profunda das crianças que não tiveram a possibilidade de nascer para usufruir da doçura da vida.
-Querida antepassada Eu vejo a sua dor. Eu reverencio sua história e concordo com o seu destino. Foi o suficiente, a vida chegou até mim. Me abençoa para ser forte, assim como você e olhar para para a vida com amor!
A bênção chega de tão longe, após tantos anos… e os olhos destas duas mães se voltam para a criança que agora carrega o sintoma, e então podem finalmente dizer:
- Agora nós sabemos! Nasce uma criança, nasce uma esperança.
Finalmente o sintoma foi enxergado além do aparente, o inocente do sistema que carregava dentro de si a doçura que todos os seus antepassados mereciam receber das suas mamães. A doçura de usufruir das coisas simples da vida.
E então, a mãe olha para o filho e diz:
- Querido filho, isso é pesado de mais para você. Gratidão por me mostrar o que precisava ser visto, mas agora eu libero o seu coração para tomar somente a doçura que é necessária para sua vida.
O amor sempre traz de volta, uma fonte nunca jorra água para si, ela lança para frente para que todos se saciem. Assim é o amor do sistema, ele é lançado para frente, para que todos o tomem.
Para que todos pertençam.
O amor está muito além do bem e do mal.