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PRINCÍPIOS DA CONSTELAÇÃO SISTÊMICA

PRINCÍPIOS DA CONSTELAÇÃO SISTÊMICA
Caroline Castro de Mello
out. 4 - 6 min de leitura
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Bert Hellinger nos diz, em seu livro "Constelações Familiares: O reconhecimento das Ordens do Amor" que "A maioria das constelações mostra que a pessoa que era considerada ruim ou perturbada, na verdade é boa e motivada por um amor profundo. E muitos que se consideravam melhores, vêem, de repente, que foram eles que desencadearam uma dinâmica negativa. Assim todos passam a ter uma nova visão."

Entendo esse ponto como um dos maiores esclarecimentos que podemos dar, de forma rápida e clara, do que as constelações familiares podem trazer à tona. Muitas vezes, quando procuramos ajuda apenas em processos psicoterapêuticos convencionais, podemos ficar anos a fio detalhando e aprofundando dores que necessitariam apenas de uma visão mais ampla, de um olhar mais completo e integrador, para que elas sejam apenas entregues, dissolvidas no rio da vida. 

Com o entendimento trazido pelas constelações sistêmicas, ao acessarmos o Campo mórfico das relações familiares, vamos percebendo que do mesmo modo que se organizam os outros sistemas ecológicos, também nos organizamos.

Vamos percebendo que nunca é por acaso que determinado local possui a conformação de solo do "tipo B" enquanto que, a 50m daquele local, existe a manifestação do solo do "tipo A". Ou ainda, não é por acaso que temos floresta do tipo tropical em determinada região, coníferas em outra e cerrado numa terceira.

Ou seja, as organizações dos sistemas ecológicos na Terra não se dão por acaso: existe um Campo maior que faz com que aquelas formas se manifestem, do jeito que se manifestam, naqueles determinados lugares, e naqueles determinados seres.

Dificilmente encontraremos, em um ambiente manifestado de forma espontânea (refiro-me como espontânea a manifestação do ambiente natural sem intervenção do humano) a mistura de manifestações de formações muito distintas, misturadas, sem que se forme ali um padrão de manifestação. Assim também se percebe com as manifestações das ações humanas: são regidas por padrões. Por que? Por que também SOMOS NATUREZA.

Mas, entender isso e tomar a partir daí uma postura de relaxamento total com tudo o que acontece e dar ao que se chama de "destino" a justificativa para todas as manifestações em nossa vida também parece não ser o caminho. E, é justamente sobre essa "aparente contradição" que a constelação vai trabalhar. 

Digo aparente contradição pois, para um olhar primeiro, podemos facilmente confundir ACEITAR com CONCORDAR, por exemplo. E, vejo que esse é um dos pontos de mutação possíveis que a constelação familiar abre, para que possamos ter um olhar para além das aparências.

A ACEITAÇÃO implica em não mais relutar ou reagir negativamente frente às coisas como elas se apresentaram até o presente momento. E, CONCORDÂNCIA implica em assumir, de forma consciente, que você pode fazer diferente ou não, a partir do entendimento mais claro daquilo que se manifesta.

Então, com as constelações podemos perceber que somente na ACEITAÇÃO dos padrões negativos manifestos na minha família, expressos antes de mim, (incluir - ordem do pertencimento, e honrar a história dos antepassados - ordem da hierarquia ) é que será possível eu mudar, a partir da não concordância com aquele determinado padrão.

É possível imaginar que, por exemplo, uma lagarta consiga se tornar uma borboleta caso não aceite a sua condição de lagarta? Não aceitando ser lagarta ela deixará de fazer suas coisas de lagarta que as levariam a tornar-se borboleta, como rastejar, se alimentar e fazer o casulo.

neEm outras palavras, não há como realizarmos uma mudança de padrão, ou seja, uma mudança estrutural, se não aceitarmos de onde precisamos partir, se não reconhecermos que estrutura é essa. 

E, por mais que pareça que a vida tende sempre a conservar as estruturas, porque é realmente assim que é possível que a vida exista, a sua dinâmica enquanto vida só permanece atuante na medida em que as estruturas vão mudando. Aqui, o jogo da ordem do equilíbrio precisa acontecer.

Não posso me desterritorializar totalmente, me rebelar contra todas as estruturas que me fazem ter a forma que tenho. Caso assim seja, em postura de desterritorialização me entrego a desintegração: ao processo de morte. E, bem sabemos que a morte também faz parte da vida. 

Logo, a maior mensagem que as constelações familiares nos deixam é que precisamos aprender a dançar com os ciclos de vida-morte-vida. Precisamos assumir o nosso pertencimento à essa terra, ao sistema que nos ancora nela, honrando as histórias que nos antecederam, que dizem de um fluxo de conservação e dissolução de padrões, que dizem de um movimento de vida.

Estamos no desafio de assumir essa dança com o corpo inteiro. Corpo que sente, que vibra e que se faz passagem do som, manifesto em movimentos. Movimentos da dança da vida. Entendendo que, ao sentir o som da morte, o corpo estando desperto e consciente de que quer ainda viver, saberá que para continuar a dançar precisará deixar esse som passar por ele, sem retê-lo (sem julgamentos), fazer os movimentos que precisam ser feitos.

Pode ser que precise deitar no chão, chorar com aqueles que ali estão... mas, logo sentirá necessidade de assumir a postura de levantar-se com suas próprias forças e seguir em direção à vida, mesmo que todos os bailarinos ao seu redor estejam ainda, ou eternamente, entregues ao chão. Esse é cenário do Campo mórfico da vida.

#mod01

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