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PRINCÍPIOS SISTÊMICOS

PRINCÍPIOS SISTÊMICOS
Liane Dall'Agnol
mai. 11 - 6 min de leitura
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Os três princípios sistêmicos ou leis do amor, que são o pertencimento, o equilíbrio e a ordem, foram a grande contribuição de Bert Hellinger para a humanidade, pois estes norteiam todas as relações. Podemos compreender que princípio é onde algo tem sua origem, início e sistêmico é algo organizado, com regras, assim, os princípios sistêmicos são a origem de algo que segue uma organização.

O primeiro princípio é o do pertencimento, trata de que todos tem o direito de pertencer, independente de quem seja ou do que possa ter acontecido. Desde a antiguidade constatamos que o banimento, a exclusão de um grupo social sempre foi usado como um castigo. Quando há excluídos o sistema fica em desordem, é como um CD riscado que enrosca em alguma música.

O segundo princípio é o da compensação, traz o equilíbrio entre as relações, a necessidade do equilíbrio entre o dar e o receber. Em qualquer relação é necessária uma troca, se uma das partes só oferece, enquanto a outra só recebe, em um dado momento o que recebeu se sente devedor, e ninguém gosta de se sentir devendo, desta forma, sente que não irá conseguir pagar ao outro e decide sair da relação.

Por vezes, nos doamos tanto a alguém e este, parece estar cada vez mais distante, e a situação mais complicada, difícil, porque não há troca.

Quando somente um aparte doa, a outra se afasta.

O terceiro princípio é o da ordem, que é sinônimo de respeito à hierarquia, é o que direciona o lugar certo  das pessoas dentro de um sistema. Aqueles que vieram primeiro tem precedência, exemplo os pais, enquanto casal, vêm primeiro.

Primeiro o cônjuge depois os filhos.

Portanto, quando violados, esses princípios geram conflitos, problemas familiares, dependências, dificuldades, crises, sintomas e doenças.  Eles são como a natureza que abraça a todos, não exclui nada. Por exemplo, se cuidamos de uma plantinha, a regamos e adubamos, não é somente esta plantinha a beneficiada, podemos observar que ao seu redor todas as outras também se beneficiam.

Aquela que teve ajuda não retém somente nela as substâncias que recebeu.

Desta mesma forma somos nós, seres humanos, precisamos desta partilha, ajudamos e somos ajudados, assim no desenvolvemos.

Bert Hellinger no livro Ordens da Ajuda exemplifica: “aquele de quem não se necessita, aquele que não pode ajudar os outros, fica só e definha. A ajuda serve, portanto, não somente aos outros, mas também a nós mesmos.

Portanto, a ajuda é recíproca, quem recebeu o que precisava, também quer doar algo. No exemplo da plantinha, ela retribui doando flores e frutos. É desta forma que mantemos o equilíbrio em nossas relações.

Compreender esses princípios é libertador, é como se acendesse uma luz no sistema familiar, fica claro as desordens, as exclusões, mas não há julgamento. Cada membro tem o direito de ocupar o seu lugar no sistema, quando distinguimos e respeitamos estes princípios sentimos a força que vem da família, dos antepassados, é como uma engrenagem, as peças se encaixam.

Com estes ensinamentos pude compreender porque sempre tinha a sensação de não se sentir pertencente, desde a escola, roda de amigas, quanto no trabalho. De não sentir empatia, afeto, pelo outro.

Quando minha mãe engravidou, meu pai reagiu grosseiramente, pois, era a terceira gestação seguida e não havia sido programada. Neste momento minha mãe não desejava aquela gestação, e seu decorrer foi bem complicado. Ela conta que desde de muito pequenina eu dizia que ela não me amava e não me queria.

E assim, que cresci, com este sentimento de não pertencimento, de falta de amor.

Conhecendo a história de meus pais, pude constatar que eles também não foram desejados, acolhidos e amados incondicionalmente por seus pais.

Eram épocas difíceis, muitos filhos, muito trabalho.

Meu pai foi o décimo quarto filho, após minha avó já ter entrado na menopausa e achar que não engravidaria mais. Ele saiu de casa ainda muito jovem e foi procurar o seu lugar no mundo, trocou de emprego e de ramo diversas vezes, se casou e teve filhos, porém mantinha diversos relacionamentos paralelos ao casamento, não se interessava pela rotina dos filhos.

Minha mãe é a sétima filha dentre dez irmãos.

Ela conta que os mais velhos cuidavam dos mais novos, porque o nono e a nona trabalhavam muito também.

Se casou aos 16 anos, com meu pai que na época tinha 27 anos, era bancário.

Ela imaginou que casando com alguém que havia estudado, a incentivaria a estudar também, ainda mais morando na cidade, o que facilitaria o acesso, poderia finalmente se tornar professora, seu sonho desde a infância. Mas, não obteve incentivo algum e teve uma gestação atrás da outra e se viu impossibilitada de continuar os estudos, com três crianças pequenas e sem apoio do marido e dos pais.

Meu irmão do meio requeria muita atenção, então o meu irmão mais velho que me cuidava, dava mama e atenção. Hoje olho para toda essa história e honro a decisão de meus pais, de dar continuidade à vida através de mim, dos meus irmãos. Deixando de lado sonhos, trabalhado arduamente para dar proventos aos filhos.

Afinal, foi assim também com eles, foi o que também receberam.

Hoje, consciente de tudo isso, faço diferente. Me dou amor, carinho, atenção e também à meus filhos. Diariamente os abraço, encho de beijinhos e não me caso de dizer o quanto são amados. Em honra aos meus pais eu terei uma vida feliz e darei amor aos meus.

E também em honra a todos que me antecederam, possibilitando que hoje eu esteja aqui, curando e honrando todas essas histórias.

 

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