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CONSTELAR É CONHECER, É COMPLETAR

CONSTELAR É CONHECER, É COMPLETAR
ligia mara yamamura
dez. 18 - 5 min de leitura
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Bert Hellinger, indicado ao Premio Nobel de 2012,  em observação ao modo como as pessoas agiam, criou uma nova forma de psicodrama conhecida como Constelações Sistêmicas Familiares. 

Dos conflitos da Europa à paz africana, compreendeu o estudo da Fenomenologia Psicoterapêutica. Compreendeu que todos os fatos e emoções vividos por uma pessoa fica armazenado em um local, denominado Campo Mórfico-genético, local onde contém toda memória vivida e sentida, que se não for olhada e curada, reverbera de geração a geração.

Em seu Livro Ordens do Amor (1) descreve “no trabalho com as constelações familiares, fica evidente que entre o cliente e os membros de seu sistema atua um campo de força que é dotado de saber e que o transmite através da simples participação, sem mediação externa”.

Hellinger nos ensina então que os fatos estão todos interligados, aquilo que ocorreu no passado, reverbera no presente. ‘Além de sermos filhos, parceiros e talvez pais, partilhamos um destino comum com relacionamentos mais distantes - o que quer que aconteça a um membro do nosso grupo familiar, para o bem ou para o mal, nos afeta e afeta também os outros. Junto com a nossa família, formamos uma associação cujo destino é comum’ (2).

Através do seu modo de Constelação Sistêmica, vemos na prática como ocorre a memória epigenética e transgenética, que nada mais é que uma energia do fato vivido, que não se perde, permanecendo e transcorrendo gerações.

As emoções vividas são tão fortes que chegam a atuar no nível do DNA, mudando como as moléculas fazem suas conexões, mudando sua forma e suas funções de tal forma que isso fica gravado na memória celular. Essa memória se transfere de geração a geração e Hellinger chamou essa dinâmica de 'dupla transferência’ (3), indo mais além, dizendo que ninguém está consciente dela.

E para que essa energia pudesse mudar, necessita de um movimento (um teatro), a energia do passado então se transforma no presente e muda o futuro. 

Bert Hellinger ainda identificou 3 Princípios que regem a vida, os quais ele denominou de Princípios Sistêmicos, são eles:

1. Pertencimento: a natureza sempre inclui, não julga, está muito ligado a paz.

2. Compensação: está no equilíbrio entre o dar e o receber, muito ligado a justiça.

3. Ordem: está na hierarquia, em saber seu papel e agir conforme ele, ligado ao progresso, à prosperidade.

Esses princípios incidem sobre toda a vida na Terra, podemos citar como exemplo a vida e a passagem bíblica de Moises (4). Para honrar seus ascendentes hebreus (pertencimento), abre mão de sua condição de faraó, indo morar no deserto, porém, ouvindo a voz de Deus, age conforme lhe é mandado por Ele (ordem, hierarquia) e retorna ao Egito para libertar seu povo (compensação por sua mãe ter lhe salvado sua vida o colocando em uma cesta levada pelo rio enquanto outros bebês estavam sendo massacrados). Como se torna lindo esse trecho bíblico interpretado por um olhar sistêmico!

Já transmiti anteriormente que meu enfoque  nesse curso é aplicar a Constelação Sistêmica na justiça investigativa, então, observando agora por esse ângulo,  analisemos esse conjunto de princípios na seara da investigação criminal. 

A partir do momento que investigo o presente, desvendo a motivação do crime que se encontra no passado e chego ao futuro na autoria delitiva. Isso seria uma Investigação Criminal Sistêmica.  Partindo do princípio que o campo informa, que nada fica escondido, então Constelar é abrir a investigação, é movimentar a energia para que a verdade venha a tona.

Quando Constelo e coloco a energia em movimento, toda memória do sofrimento e do crime são transformadas e reveladas.

Outro fato que chama atenção no trabalho investigativo criminal é a aplicação do pressuposto ‘antes da felicidade, a lealdade’. Tornou-se compreensível os conflitos entre famílias, que de geração a geração se perpetua, ao ponto do descendente atual sequer saber o motivo pelo qual não possuem afinidades. 

Assim como tornou-se compreensível que descendentes de agressores possuem uma forte tendência a se tornarem agressores ao passo que descendentes de vítimas novamente assim o tornam, por lealdade…

A isso faz-se necessário o questionamento e análise se há, no passado da família do agressor, casos de autoria delitiva, como também no passado da família da vítima, se há casos de vítimas de agressão (dupla transferência). 

Dessa forma, a constelação sistêmica seria muito útil em desvendar casos criminais com autoria incerta, visto que a partir do momento que eu constelo, além de receber informações do campo, ainda acontece o desemaranhamento, tendenciando a uma completa resolução do caso.

 

(1) HELLINGER, Bert. Ordens do amor: um guia para o trabalho com constelações familiares. São Paulo: Cultrix, 2007. p. 17

(2) HELLINGER, Bert.  A simetria oculta do amor: por que o amor faz os relacionamentos darem certo. São Paulo: Cultrix, 2006. p. 153.

(3) HELLINGER, Bert. Ordens do amor: um guia para o trabalho com constelações familiares. São Paulo: Cultrix, 2007. p. 24.

(4) Bíblia sagrada. Êxodo e Deuteronômio.

 

 

 

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